sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

The end of the movie


Passion burns, and hurt you...but love keeps you warm and safe. That's why passion is red like fire...and love? Well...love is yellow like the sun in the morning.
I used to yellow you...in fact i still do. But i'm going, i'll dissapear. My love for you will keep you warm and hope you don't miss me while i'm trying to get burned...but you will...

Kamilatavares.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O que eu não quero


Eu não quero alguém estupidamente lindo, ou que me ache estupidamente linda...eu quero alguém que cozinhe fazendo dancinhas estúpidas comigo e use as colheres de baquetas.
Eu não quero alguém que tenha todo o dinheiro do mundo pra me impressionar...eu quero alguém que me impressione com aquela frase que ele decorou do filme e que se encaixe perfeitamente com o que a gente acabou de passar.
Eu não preciso de alguém me esperando na porta de casa com um carro do ano...eu preciso de alguém que me espere na porta com a disposição de sair comigo seja lá pra onde for...seja lá como for! Mas que queira ir comigo!
Eu não quero alguém que saiba tudo sobre o Tarantino ou o Almodóvar...eu quero alguém que assista os filmes... comente a fotografia das cenas, e escute as trilhas sonoras...e que procure objetos de decoração vermelhos e amarelos parecidos com os das cenas que a gente viu.
Eu não quero alguém que saiba contar todas as histórias e me faça rir de todas as piadas...eu quero alguém que tenha piadas internas comigo!
Eu não preciso de alguém que adore festa Black Tie com gravatas e saltos...eu preciso de alguém que ame festa do pijama e fantasias...que passe meses planejando aquela fantasia que combine com a minha, que me deixe pintar seus cabelos com spray e fazer a maquiagem que for, e entre no supermercado comigo vestido de Joker enquanto eu compro uma bebida vestida de Amy Winehouse.
Eu não quero alguém que me dê rosas...quero alguém que as plante comigo!
Eu não quero alguém que me dedique músicas...quero alguém que as cante comigo!
Eu não quero alguém que dê a vida por mim...quero alguém que a viva comigo!
Eu não quero alguém pra me fazer feliz...quero alguém que seja feliz comigo!


Kamilatavares

sábado, 1 de dezembro de 2012

O pássaro vermelho.


Cansado de bater as asas sem rumo...aquele pássaro vermelho tão pequeno viu que a liberdade era muito grande pra ele. Lutou pra aprender a voar como os grandes, sentir os ventos e o calor do Sol em suas penas tão vermelhas de vida, e agora estava ali...cansado de tanto ser livre...procurando um lugar perto de um lago onde as árvores derramem suas folhas na água...onde tudo seja um eterno fim de tarde.
Quando finalmente encontrou o lago tão procurado para o seu descanso, se deparou com uma gaiola dourada...pendurada na maior de todas as árvores ao redor. Meu Deus...só podia ser um presente para as suas asas tão sofridas...aquela gaiola dourada, imponente e solitária esperando ser habitada por ele.
E se sentiu tão feliz...o pássaro e sua gaiola. Nela o pássaro vermelho tinha tudo o que precisava...e embora sofrida e amassada...cheia de marcas, a gaiola ainda refletia um dourado de beleza inigualável. Não era impecável...era defeituosa, como o pássaro queria depois de tanto procurar pela perfeição da liberdade sem conseguir encontrar.
Mas uma gaiola, por mais bonita que seja, não completa a vida de um pássaro! Ele precisava de outros pássaros pra ser completo. Mas era tão feliz em sua gaiola que o conforto o impediu de voar...e lá ele se trancou, olhando os outros pássaros rumarem para o sul enquanto ele se consolava por ter a sua gaiola, e não precisar de mais nada.
Então a comida acabou...e o pássaro chorou por ter que sair da gaiola pra ir procurar mais. Quase desistiu...tinha medo de voltar e ela não estar lá! Ele era o único que sabia que a gaiola precisava tanto dele, quanto ele da gaiola. Pois sem o pássaro ela era apenas um belo espaço vazio, e com tal justificativa interna o pássaro vermelho se consolava dos discursos de que ele era o único que precisava da gaiola...e saiu para buscar comida...pensou em não voltar...lembrava da gaiola vazia...e voltava.
Cuidava da gaiola como se fosse o lugar mais precioso do mundo...e sempre que saia tomava o cuidado de não voar muito longe...mas um dia o pássaro se sentiu sozinho...se olhou através do espelho d'água do lago...suas penas nem eram mais tão vermelhas assim...estava enfraquecido por não voar mais...precisava tomar uma decisão!
Cantou com tristeza naquela tarde...a gaiola se contorcia em reprovação...mas o pássaro precisava voar. E todo dia ele sai da gaiola e voa um pouquinho mais longe...mesmo com aperto no coração...e quando não aguenta mais ele volta. O beija-flor disse que ele não aguentaria viver fora da gaiola...um verdadeiro acomodado; a águia o aconselhou a ir embora e não voltar nunca mais...que ele conseguiria; e um pássaro azul desconhecido, estranhamente parecido com ele, disse que o pássaro vermelho podia ir...que voasse atrás da liberdade que ele esqueceu, porque a gaiola sempre esteve ali pra ele...e sempre vai estar.


Kamilatavares

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Peço que levem tudo
levem as sujeiras, as impurezas, as poluições
levem os restos de cigarros e garrafas vazias
os guardanapos com marcas de batom e números de telefone
levem as cartas amassadas dos ex namorados
e os lenços molhados de lágrimas esquecidos nos velórios
levem as amarguras, as denventuras, desilusões
levem as chaves perdidas e cadeados fechados
levem a aliança da separação esquecida no chão
os comprovantes do consumo, as confissões dos pecados mais inconfessáveis
levem os boletins cheios de notas vermelhas, os jornais cheios de notícias passadas
levem as cinzas das fotografias queimadas...
e por fim levem os espinhos.

Só peço que me deixem, e deixem...
as pétalas das rosas vermelhas e os sorrisos derramados dos ipês amarelos
porque eu preciso pintar os meus pés...antes de ir!

Kamilatavares.

domingo, 25 de novembro de 2012

O tempo, o mundo, as voltas.


Eu não lembrei do aniversário dele! Meu Deus...só hoje eu me dei conta, parece que foi ontem e já passou tanto tempo. Nem sei se ele ainda mora aqui na minha rua, não fiz mais nenhuma visita, não perguntei nada sobre como andava a vida dele pra ninguém, nem pra mim mesma.
O mundo dá voltas...pois é! Quem diria que hoje eu ia me lembrar que depois de tanto que passou ele virou só uma sombra?! Um emaranhado de algumas lembranças que eu preciso ter pra não cometer o mesmo erro outra vez, e outras que eu guardo de alguns dias bons, do meu costume que ir ao parque e daquelas rodas de violão. Tão complicada e tão simples a vida era naquele tempo. Tudo se resolvia entre duas ou três pessoas...não tinha uma porrada de gente achando que sabe de tudo.
E lembrei daquele dia no açude...eu voltei lá esses dias sabe?! Mas dessa vez não chovia...a situação era totalmente diferente e ao mesmo tempo era quase a mesma...como se parte de mim tivesse ficado lá esperando, e outra parte tivesse iso embora atrás de coisa melhor...de viver!
Aos domingos eu matava a saudade, e na segunda a gente mal se falava...trocava um abraço amigável, sentava pra fumar um cigarro...tocar violão! Mas ninguém podia saber! Porque? Até hoje eu não entendo! Ele olhava pra mim e sussurrava "saudade de você" quando via todo mundo distraido ao redor...pra ninguém escutar, e eu respondia "eu também!"...foi quando eu comecei a aprender a falar menos, e mais baixo!
Era tão difícil convencer ele a ir comigo...eu planejava tantas coisas e não podia nem me dar ao luxo de desfrutar de um abraço em público. Porque? Até hoje eu não entendo! Talvez eu fosse muito infantil...talvez eu ainda seja! E hoje eu nem sei por onde ele anda. Me disseram que ele passou no corredor da faculdade olhando pra mim...andando devagar esperando que eu notasse...mas eu estava distraída, juro que não vi! Queria ter visto como ele estava...se havia cortado o cabelo! Eu vivia em luta com o corte de cabelo dele...
Ah ... ao mesmo tempo eu era tão teimosa...arredia...volátil. Um passo infalso e eu fazia alguma rebeldia só pra mostrar que eu mandava em mim. Quem me vê hoje...meu Deus...tão obediente! As voltas...o mundo dá voltas. Ele dizia "use branco"...e eu usava preto! Ele dizia "Deixe o cabelo crescer", eu ia lá e cortava! Porque? Até hoje eu não sei dizer!
Tantas músicas...tantas músicas que eram só nossas músicas e de mais ninguém! E hoje eu escuto como qualquer outra música que goste. As cicatrizes foram leves...ainda bem! Acho que no fim de tudo me tornei forte! Ele me ensinou muito!
Será que vai ser assim com você também? Vou te deixar cair no meu esquecimento depois de tudo? Depois de me machucar bem muito? Juro que fiz tudo diferente do que eu fazia antes...e continua dando tudo errado! Continua tudo uma bagunça! Porque? Até hoje eu não sei dizer! O jeito é esperar...quando eu cair no esquecimento outra vez talvez eu saiba responder...ou acabe esquecendo da pergunta!

Kamilatavares.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cada foto tem uma palavra
Cada amor tem uma cor
Cada pessoa tem um sorriso
e uma dor.
(Sobre "Natural", a palavra que Bia achou pro silêncio da foto)


Kamilatavares.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Kombi.



O que eu quero da vida? Uma Kombi vermelha, um GPS, grana pra abastecer, alguns CDs legais pra ir escutando pelo caminho e uma câmera pra registrar tudo.
Não me leve a mal meu amor, mas você não pode ir comigo! É, eu sei...eu não poderia fazer essa viagem ser tão fantástica, tão incrível e tão especial sem você! Mas eu preciso tentar sabe porque?! Porque se você vier comigo, vai acabar pintando a minha kombi...quem sabe de preto, azul ou amarelo...vai jogar fora os meus CDs e colocar os seus e tomar as minhas chaves e o meu volante. Se você vier comigo a viagem que eu planejei vai ser sua e não minha! Se você vier comigo vão dizer que eu, menina boba que sou, não aguentei a solidão e te acompanhei. Se você vier comigo eu não vou ter voz e nem vez.
Claro que eu planejei esses caminhos todos pra explorar com você, mas eu preciso tomar as rédeas da minha vida, preciso aprender a andar sozinha...se você ao menos me deixasse tentar!
Eu vou ficar...vou criar raízes até você pensar que eu não saio mais daqui; vou pintar a minha kombi de vermelho...separar todas as malas, todos os roteiros, tudo muito escondidinho. É, eu sei, vou mentir pra você! Me perdoe. Mas um dia você vai acordar e eu já vou ter ido embora, assim sem mais nem menos, sem bilhetes de despedida, mas deixo o seu café pronto, eu prometo! Vou trocar a água do vaso, alimentar os peixes no aquário e deixar a minha escova de dentes preferida pra você ficar pensando na possibilidade de um dia eu voltar.
Vai doer mais em mim do que em você, disso todo mundo já sabe! Eu sempre te amei mais do que você me amou...e mesmo assim sou eu quem vou! Mas te levo em cada raio de Sol amarelo que possa refletir o vermelho dos meus cabelos em diferentes lugares; te levo em cada foto que eu tirar, em cada pessoa que eu conhecer, em cada coisa diferente que eu venha a conhecer. E vou sentir sua falta quando o meu Pneu furar, quando o guarda quiser me multar, quando eu fizer comida pra dois e não tiver com quem dividir, quando o frio bater de madrugada, quando eu me embebedar e não ter você ali me carregando pra casa, quando a preguiça me bater e eu não encontrar nenhuma camiseta sua pra vestir, quando eu quiser cortar os meus cabelos, quando aquele filme me fizer chorar, quando a gasolina acabar, quando alguém me pedir uma massagem, quando eu conseguir arrotar bem alto...quando eu não tiver com quem brigar!
Quando eu finalmente voltar, talvez nem te conte todas as novidades e você nem note as minhas tatuagens novas, mas vai ser bom! Talvez eu encontre outro alguém pra me estragar...talvez aconteça tanta coisa...inclusive nada!
Mas minha vida é talvez...e assim vai ser até o dia da grande viagem chegar!


Kamilatavares

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Memórias do começo de tudo.


Naquele dia usei aquele short Jeans folgado com uma meia calça, uma camiseta e o meu velho All Star...na época era o máximo que eu poderia dar de uma versão minha "arrumada"; pelo menos os meus cabelos estavam soltos, e eu usei um pouco de maquiagem, sem batom é claro, eu odiava batom desde que o primeiro menino que eu gostei na vida disse que era horrível beijar e ficar sujo de batom. Acho que eu tinha 14 anos, e desde aquele dia eu evitava batons com todas as minhas forças.
Ele estava de chinelo, bermuda e uma camiseta branca...e aquele sorriso, aquela tranquilidade e aquela educação quase que formal demais pra situação. Um cavalheiro de bermudas, abrindo a porta do carro pra mim. Ainda lembro de certas coisas que ele fazia pra me impressionar. Colocou a minha música preferida daquela banda pra tocar no carro, e disse que era a música preferida dele também. Imagina só, dentre tantas músicas...e aquela nem era a mais famosa!
Me contou aquelas histórias que hoje eu sei de cor, me provou que eu estava errada sobre ele, olhou curioso quando aquele cara me ligou e eu atendi toda nervosa, me fez rir, me mostrou seus DVD's, sua estante de livros e todas as coisas que guardava em prateleiras.
No começo eu confesso, ele foi pretexto pra que eu pudesse esquecer de outras coisas, e olha só o que me aconteceu! Agora quem me faz esquecer dele?
Hoje em dia me vejo muito diferente de quem eu fui naquele dia, com os pés doendo desse salto, as pernas frias onde o vestido não cobre, tirando o esmalte das unhas de nervosismo, procurando batons dentro da bolsa, eu nem usava bolsa! Ia colocando tudo por dentro dos bolsos mesmo, perdendo meus celulares por ai! Hoje eu converso com as pessoas olhando para os lados esperando ele chegar...e quando estou com ele, esqueço de olhar pros lados procurando alguém que me tire dalí, eu sei que não posso ficar...mas fico.
Hoje em dia eu ando muito mais calada, mais sumida, mais distraída...assistindo mais filmes, me prendendo mais nesse mundo meu cheio de coisas. E fico alegre até quase explodir...e fico triste até quase morrer...e fico paranóica com medo de tudo...com medo de mim...
Há quem diga que eu cresci, emagrecí, amadurecí...há quem diga que eu sou a mesma, sofrendo por um personagem diferente, usando roupas diferentes...mas presa na mesma história disfarçada com outro cenário...há quem diga que eu vou ser sempre assim e há quem diga que um dia eu saio dessa! Vou prestando atenção, enquanto perco a memória pra tantas coisas importantes, e vou gastando o pouco que tenho dela lembrando de banalidades como estas.
Me disseram que no futuro, depois de passar por mais um bocado de sofrimento, a gente vai acabar casando (me disseram isso algumas vezes antes, nunca acredito), mas quando os quatro anos juntos se passarem, e eu for repetir a cena de "Closer" fazendo joguinhos de perguntas sobre a nossa relação, não importa o quão difíceis as perguntas dele sejam, eu vou acertar todas! E se tudo der errado, outro menino de bermuda e camiseta vai aparecer, com outro sorriso bonito, pra me fazer esquecer de tudo (ou quase tudo) isso.

Kamilatavares.

domingo, 18 de novembro de 2012

As flores.


Plantei aquele Dente-de-leão pra me lembrar dos conceitos e princípios que eu aprendi com o passar dos meus poucos anos de vida, é tão bonita a dança que eles fazem todos juntos do meu jardim, com seus pequenos pedacinhos brancos e amarelos voando pela rua...sabe-se lá onde eles vão parar. É disso que eu tento me lembrar toda manhã...somos pequenos pedacinhos de um Dente-de-leão, voando por ai sem rumo...sem direção..."sem lenço, sem documento num Sol de quase dezembro"...
Nascemos todos juntos, unidos ao mesmo núcleo protetor...e com o tempo cada um vai se soltando...voando pra longe, pra se encontrar com fragmentos de outros Dentes-de-leão, ou quem sabe orquídeas, violetas, margaridas, girassóis...
Os vasinhos de violeta que eu coloquei na janela morreram todos, não suportaram a chuva lá fora, nem meus lamentos aqui dentro. Tentei prendê-las, tentei prender-te, tentei prender-me...então as folhas secaram e elas morreram sem nunca saber o que era estar fora daquele pequeno vaso.
Quando eu deixei você ir plantei meus Dentes-de-leão por todo o jardim, e adivinha? Eles se adaptam a qualquer clima! Então todo dia eu preparo o meu café e me sento no jardim, pra olhar minhas flores dançarem ao vento...indo embora um pouquinho a cada dia, mas nunca me deixando completamente. Liberdade! Acho que é isso...e eu as amo...minhas pequenas flores. E elas espalham meu amor pelos ventos o ano inteiro...me trazendo beija-flores em recompensa.


kamilatavares.

sábado, 10 de novembro de 2012

O vaso


Nunca consegui explicar minha razão por ter ficado sempre, por ter perdoado sempre, por não ter dado ouvidos aos amigos, ter abandonado os psicólogos, largado os remédios... mas hoje eu sei.
Peguei o espaço vazio em mim, aquele que me perturbava desde pequena, pra carregar um pedaço do coração dele, que é tão pesado que não dava pra ele levar sozinho...é...eu sei...ninguém entende porque hoje em dia tudo é troca, tudo é interesse, tudo tem uma ida e uma volta...e eu não ganho absolutamente nada com isso aos olhos alheios. Pra quem vê de fora eu só perco! Talvez seja verdade, mas tem um nó na minha garganta que não me deixa pensar em mais nada além do quão grande o amor pode ser, e como ele pode se manifestar de diferentes formas.
Você daria o seu coração pra outra pessoa carregar por você? Entregaria um pedaço da sua vida de olhos fechados sem a mínima dívuda de estar fazendo a coisa certa? Confiaria em alguém pra cuidar do seu bem mais precioso? E se não fosse bem cuidado? Consegue perceber a impotência que isso causa?
É muita responsabilidade, carregar duas vidas assim tão complicadas juntas, como se enfiassem um pedaço de outra alma dentro da minha...é pesado. Passei a noite agonizando, talvez fosse uma cirurgia invisível. Abafei meus gritos, derramei meu choro até precisar de um novo travesseiro, me enrolei em todos os lençóis pra me livrar do frio...mas acordei viva!
De agora em diante preciso ser duas vezes forte...não cabe mais raiva em mim, não pode! Me livrei de tudo quanto era coisa ruim e negativa só pra caber o amor dele, vou ter que cuidar de mim pra não deixar morrer o amor dele...vou virar amor também, pra inspirar o amor dele e esquentar meu coração, pra não esfriar o amor dele.
Sou tão pequena pra tanta coisa...mas quero fazer o certo mais uma vez! Minha mãe uma vez disse que todo mundo tinha uma missão no mundo...cresci sabendo que certos tipos de amor não foram feitos pra mim...mas talvez seja por isso...talvez eu seja feita pra guardar isso...e livrar um pouco do peso do outro! Se eu não for? Bem...pelo menos um dia eu vou poder dizer que já fui um vasinho de amor!


Kamilatavares.

sábado, 3 de novembro de 2012

"Um café, por favor!"



Atravessei a cidade numa tarde estranhamente fria, pensei milhões de coisas enquanto o ônibus dava voltas pela cidade barulhenta, e até tirei fotos de umas flores que vi nascer num canteiro de concreto.
Decidi fazer algo de novo, dentro das poucas possibilidades daqui, mas usualmente quando eu saio só alguma coisa de legal acontece, não sei se é porque nunca tenho expectativas, ou se é porque sair só seja algo realmente lucrativo.
Por já ter ido em quase todos os lugares daqui, decidi parar em um café naqela rua escondida do outro lado da cidade, quase nunca passo por ali, seria algo interessante.
Quem me conhece sabe que eu não bebo café. Meu pai toma tantas xícaras por dia que eu meio que abusei por osmose, e o gosto nunca me atraiu, embora seja uma bebida tão amada por todos. Então me desafiei a tomar um café...o lugar era charmoso e agradável, então peguei o cardápio e sem me preocupar muito pedi o café com o nome mais complicado possível, pra nem correr o risco de saber o que tinha ali, nada poderia ser pior que o próprio café.
Acho que é isso que as pessoas solitárias fazem...se sentam em cafés no fim da tarde com seus fones de ouvido e livros, buscando alguma paz quem sabe...então lembrei que tinha um livro na bolsa, ainda estava na metade da leitura.
Nessas horas a gente espera aquela cena de filme, onde alguém te interrompe pra comentar o quão bom aquele livro é, perguntar o que você está ouvindo, trocar comentários sobre o tempo, os filmes, as bandas...e no final ela é o grande amor da sua vida, bem ali, vestindo jeans e camiseta e te sorrindo um sorriso tímido.
O café era estranhamente cremoso, acho que tinha caramelo também...esperei uns 10 minutos pra terminar de tomar porque o primeiro gole quase queimou a minha língua. Olhei a mesa do outro lado e um grupo de 4 meninas tiravam fotos dos seus respectivos cafés. Engraçado a necessidade que a gente tem de que todos saibam até o que nós bebemos. E mais engraçado ainda o paradoxo de como essas mesmas pessoas odeam que outros se metam em suas vidas, que já são tão expostas por eles mesmos...e fiquei ali pensando antes de voltar pra minha leitura.
Pedi uma torta de limão, uma das minhas preferidas...o café nem era tão ruim assim, mas queria tirar o gosto e limão era o candidato perfeito pra isso...alguma música do Pink Floyd começou a tocar...um conhecido entrou no café, pediu alguma coisa e foi embora...não dei muito espaço pra conversa além do "boa tarde, tudo bem?"...e fora isso absolutamente nada aconteceu, exceto por um menino que não parava de olhar a capa do meu livro, mas não teve coragem de interromper a minha concentração, e eu acho que também não permiti que ele se sentisse confortavel para tal.
Talvez a vida seja uma tarde em um café, sem emoção. Ou talvez eu seja só uma observadora esperando virar um personagem com alguma visibilidade. Só sei que eu vou voltar pra experimentar os outros cafés, e só depois disso eu vou dizer se é realmente tão ruim assim...talvez eu até goste de algum café do cardápio e deixe o menino me interromper e perguntar alguma coisa sobre aquele livro. E eu conte pra ele o meu estranho habito de sentar cafés só pela torta de limão.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Realidades astrais.


Eu andei checando aqui e ali, a gente seria o casal perfeito sabia?! Aliás, já quase somos...a ao mesmo tempo nunca fomos. Dá pra entender isso? Pois é, eu também não!
Você aparece todas as noites nos meus sonhos, sem pular nenhuma! Nem que seja por cinco minutos, pra me dar um "Olá"...é claro que você nunca soube disso, porque eu cultivei essa mania de esconder o melhor. Mas lá, no meu mundo, a coisa funciona! É como se os muros fossem quebrados...não sei explicar. As dificuldades existem...mas lá elas são superadas!
Enquanto isso, aqui eu me entorpeço de romances daqueles que eu vivo dizendo que não gosto de assistir, e fico escutando aquela música repetidas vezes em segredo, pra ninguém saber, enquanto compartilho algo engraçado e sorrio, "está tudo bem"...enquanto ganho novas manias matinais daquelas que eu sei que só você aguentaria, e olho a combinação dos nossos signos no horóscopo.
Mas eu sei, desisti de tentar ter aquela vida maravilhosa que eu poderia ter se lutasse. Não sou lutadora...reconheço. Eu caio no conformismo da situação, talvez por medo de perder o que eu nem tenho...e vou achando que se está assim, é porque é assim que tem que ser.
Talvez com os anos eu me arrependa, talvez me levante amanhã com garra pra mudar essa situação, talvez escreva só mais um texto sobre como eu seria feliz se talvez eu tivesse você, assim de verdade sabe?!

Kamilatavares

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sobre o que eu não sei...

Nem precisa procurar muito pra achar o passado dela, uns dois segundos segurando a barra de rolagem e as lágrimas já começam a aparecer...como a gente se torna emotivo em certas horas do dia não é mesmo? Basta o céu mudar de cor que já nos sensibilizamos e ficamos a mercê de alguém que nos dê uma cena de final de filme bonita.
O motivo pelo qual procuro essas coisas, ainda não sei! A gente se martiriza por uma porrada de coisas na vida, principalmente por ser humano e tão vulnerável. Os anos passam aos montes em meio as horas que passam rápidas nos dias que passam tão lentos, e messes que se arrastam e se acumulam em um demorar que quando a gente olha pra trás, dois ou três anos parecem dois ou três dias...longos dias cheios de mudanças de estação e personalidade. É bonito o relativismo do tempo não é mesmo? 
Ao mesmo tempo em que o tempo é esse senhor tão bonito, como bem disse o Caetano, pode nos mostrar um lado perigoso, como todo detentor de 
beleza no mundo, tem suas armadilhas; e é nessa que a gente cai.
Tão maravilhoso o passado, cheio de coisas que queremos esquecer e que nos prendem! A dor é de saber que muito dali não volta nunca...a dor é saber que tudo o que foi feito ali não pode ser mudado...quantas horas desse tempo relativo nós perdemos em pensamentos sobre o ontem? O meu ontem...o ontem dele...o ontem dela...o nosso hoje!
"Cuidado meu bem, há perigo na esquina", há perigo nas escolhas...há perigo dentro de nós, e talvez este último seja de todos o maior perigo! Passo pelas pessoas e escuto o Tic Tac de suas bombas internas prontas para o show de explosões...somos seres prestes a explodir! Mas nos guardamos no íntimo de nossas lembranças...olhando o mosaico das nossas vidas, tão cheias de coisas maravilhosas e assustadoras!

Kamilatavares.

Goodbye


baby i'm gonna leave you
i gotta be strong
i'm trying for such a long time
but now i'll do it!

baby don't think i'm bad or something
i love you like i never loved someone before
and that's the big problem
i can't handle it
i need a normal relationship.

baby i'm gonna leave you
and it's hurtin' more than you think
here comes the sun, and here i go
don't search for me, please
you may found me, and i'll want to come back
you know i'm not that strong
but i try to be

baby i'll always love you
and you'll see that every day
when you get tired to work
every sunday at the football game
every time you need a beer
every movie that you'll watch

I may found some other love, my darling
and that's why i'm doing this
but i'll always remember you
in fact, i already do!

Kamilatavares.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pandora



Havia esse garoto, e desde o dia em que me lembro de ter prestado atenção nele que as pessoas vinham até mim me dizer coisas das quais eu não estava de fato interessada. A maioria dessas coisas? Sim, eram ruins.
Me disseram pra não confiar nele, me disseram pra correr pra bem longe, me disseram pra não ligar, me contaram o que ele fazia com as pessoas, me mostraram as marcas de seus sofrimentos, me relataram as interrogações que ele exalava sobre sua personalidade, sobre um mistério que ninguém sabia qual era, me contaram coisas sobre traição, confiança, mentiras, verdades, perfeições e imperfeições...
Mas o que nenhuma dessas pessoas sabia - e não seria eu que iria contar - é que eu sempre fui uma criança curiosa, que quando pequena, se me mostrassem uma caixa de monstros, eu dava um jeito de abrir só pra ver como era! Sim, eu era uma pequena Pandora, meu irmão assim me chamava desde os meus cinco anos, na falta de um nome melhor pra descrever a irmã pequena de cabelos desarrumados e olhos pretos grandes e curiosos; calada na frente dos estranhos, mas um monstrinho correndo atrás do ninho da cobra quando sozinha.
Pois essa menina, de certa forma ainda vive em mim, então eu fui lá ver que tais monstros eram esses que habitavam aquele menino de sorriso bonito e papo ensaiado. Engraçado foi como os monstros dele conversaram com os meus; não tenho medo de mudar de opinião com o passar do tempo, mas o tempo passou e eu ainda afirmo que nossos monstros eram da mesma espécie!
Então eu falei pra ele que todos o achavam maravilhoso, e enxergavam seus monstros como grandiosos cavalos alados, e falei que quem não os visse como cavalos alados ou como uma fênix pairando num fim de tarde, não era digno de estar perto dele, e foi assim que o menino aprendeu a conviver com seus monstros, e melhor! Tentar de fato transformar imperfeição em beleza.
Eu também, não poderia ficar imune, já que acabei me envolvendo na história do garoto; e vejam só, logo eu...acostumada a querer abrir a caixa de Pandora de todo mundo, tive que abrir a minha pra ele!
Buscar os monstros dos outros me ajudou a perceber que todo mundo tinha monstros como os meus, mas os meus...eu escondia! Mostrava todos os meus cadeados dourados, minhas fechaduras, cofres com inimagináveis combinações numéricas e feitiços que faziam todo mundo pensar que eu era de fato louca; e até exibia algumas cobras, escorpiões, e um pequeno dragão...mas os meus monstros mais frágeis, eu escondia. Eles estavam todos doentes por falta de exposição ao Sol.
Treinei os dragões do menino, e ele domou meus leões, mas não se apaga o instinto, só se consegue disfarçar. Eu sabia que ele ia fazer o que me disseram, só iria demorar mais, porque de certa forma - pelo menos por enquanto - ele precisava de mim. E quando não precisou mais, ele de fato me abandonou, e eu voltei a usar cadeados...então ele voltava, e eu mostrava que eles não estavam de fato trancados.
Lidar com monstros é fácil, mas com o coração das pessoas é impossível...então eu resolvi me preparar pra abandonar o menino também. E assim o fiz...depois voltei, não sei porque. Na verdade sei! Mas não digo, porque ainda sou aquela menina teimosa.
O fato é que todo dia quando o Sol nasce eu arrumo as minhas malas, e toda noite quando ele chega eu desfaço elas, ali meio que escondido, e destranco o cadeado.

Kamilatavares.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre mais sonhos malucos...


Hoje eu tive mais um daqueles sonhos malucos que eu vivo relatando em textos de primaveras que nunca vivi, encontros em estações de trem e conversas com sombras coloridas em bancos de praça; mas hoje, especialmente hoje, eu acordei querendo compor uma música.
Peguei o violão, a melodia já estava pronta, só precisava procurar, mas as estrofes ficram incompletas, não gostei de nada, me senti meio frustrada, sei lá...acho que não tenho (ou nunca tive) tato pra música...poucas são as vezes em que eu consigo colocar acordes em algo amoroso, sempre musiquei minha agressividade, tentar me encontrar em uma postura diferente não é fácil...mas já consegui algumas vezes, consigo mais uma!
O negócio é que eu li um texto, e bixo, desandei a escrever...no momento, as palavras me fluem mais quando não rimam, e a leitura é feita em silêncio! Pois é, as pessoas mudam, e eu espero gostar dessa nova versão de mim, que em certos aspéctos é até parecida com uma antiga Kamila tocando violão sozinha no seu mundo, sem platéias, sem pressão, sem burburinhos...
O outro negócio, é que eu sonhei que tinha um filho! E adivinha? Eu estava feliz! No sonho eu estava no banheiro escovando os dentes e uma voz masculina do outro lado do box tomava banho rindo e cogitando nomes, eu ia descobrir naquela tarde se seria mãe de uma menina ou de um menino! Na cama? Listas de nomes, sapatinhos, roupinhas minúsculas com os símbolos do Pink Floyd, Beatles, Ramones...bilhetes das minhas amigas, murais de fotos, prateleiras cheias de livros e discos de vinil...eu não morava mais com meus pais.
Não faço ideia de quantos anos eu tinha nesse sonho, mas parecia que 10 anos haviam se passado, e ao mesmo tempo 10 dias, pois me sentia a mesma - com uma barriga bem maior - mas ainda assim, a mesma.
Gi (que 10 anos ou 10 dias depois, continuava minha melhor amiga) me ligava gritando de alegria e curiosidade pra saber qual o sexo do novo sobrinho ou sobrinha, e pela primeira vez eu não disse que queria um menino...mandei ela se acalmar e disse "Não importa, menino, menina, com saúde, sem tanta saúde assim...o importante é que venha!" enquanto ela ria e gritava que se fosse uma menina eu não chamasse de Júlia, porque é o nome da filha dela, ninguém pode usar.
Era uma sexta, eu comentava sobre os meus seis meses sem beber nem fumar, e me sentia muito bem vestindo o mesmo vestido amarelo que me recordo de ter visto em uma foto da minha mãe grávida de mim. A vida é mesmo um ciclo...
Acordei com um misto de medo e riso; quando criança dizia que nunca teria filhos, ou me casar e ter uma família...dizia que ia viver só, ia morrer velhinha, viajada e cheia de livros, com um filho adotado talvez, ou em um apartamento cheio de cachorros, porque nunca gostei de gatos; mas quer saber? Não importa...Que eu morra só, ou me case e tenha filhos, ou adote alguns, ou seja a velhinha da rua que mora com 10 cachorros, 50 gatos, 300 coelhos...que a vida venha, com saúde, sem saúde, com família, sem família...o importante é que a vida passe por mim, e que eu passe por ela sabendo aproveitar e aprender o que tiver de aprender!

Kamilatavares.

Ah, a vida!

Ela me estapeia, e me consola... me mostra coisas que eu não queria ver mas já saio olhando só pra me machucar, e depois me fala que tudo aquilo machucou ela também, e que eu, assim como ela, vou saber passar por isso. Nenhuma palavra é dita, mas milhões delas são trocadas em meios sorrisos, olhares furtivos e alguma espécie de telepatia maravilhosa que até me assusta, mas ao mesmo tempo me faz be
m; Me resta soltar o ar que ficou preso e ver que eu não enlouqueci sozinha, tem gente enlouquecendo pelo mesmo motivo aos montes por ai todos os dias, passem elas por nossas vidas ou não...mas ela...olhou pra mim como se eu fosse o ontem, e eu...olhei pra ela assustada sem saber se aquele seria o amanhã. Ela sabe, eu sei que ela sabe...e ela sabe que eu sei também...o amor tem uma cor diferente pra cada um...
A vida, por vezes, tão maravilhosa e entorpecente, que a própria vida parece com alguém sentado ao lado na mesa do bar, dividindo uma cerveja e falando sobre a vida...





Kamilatavares.

domingo, 14 de outubro de 2012

Hello Stranger

Sabe começo de filme bobinho, daqueles românticos que a gente assiste agarrada com um balde de pipoca esperando voltar a acreditar no amor? Foi mais ou menos assim. Aquelas coisas que acontecem e te puxam o tapete de uma forma positiva quando você menos espera; pois é! Esse é mais um daqueles sobre estranhos que a gente encontra por ai.
Eu não andava (e pra confessar, essa situação ainda não mudou) nos meus melhores dias, emocionalmente falando... já tem alguns meses desde que eu decidi me aquietar, pisar no freio, me sentar e olhar em volta  pra tentar enxergar algo que eu não via antes; então resolvi passar o feriado fora pra olhar pro mar e me acalmar...pensar em coisas boas, me rodear de quem só me passa energia boa...me renovar!
Deus sabe o quanto eu sou desastrada, e é ai que a parte toda dos filmes entra! Entrei tropeçando no ônibus, derrubando a bolsa na tentativa de encontrar minha passagem e descobrir onde diabos eu ia sentar, depois que achei a passagem e me reequilibrei de um tropeço (Tropecei no meu próprio vestido, falta de costume de usar longos), então ele estava lá, de xadrez e sorrindo da minha performance atrapalhada, e era justamente ali que eu iria sentar! Ele se levantou e me deu passagem, antes que eu caísse mais uma vez, agradeci e me sentei; cada um pegou seu fone e virou pro outro lado, pra minha felicidade eu estava sentada na janela, então tinha com o que me distrair...
Eu queria, sei lá, falar com ele...mas me deparei com uma timidez tão grande que tive até medo, fiquei vermelha só de pensar, então fiquei na minha pensando sobre o quão legal ele seria, me perguntando que música ele estava escutando, se tinha um gosto musical parecido com o meu, o que ele gostava de ler, estudar, escutar, assistir...imaginei mil coisas a respeito daquele menino que eu nem sequer sabia o nome...imaginei tanto que adormeci na timidez da minha poltrona, e fui acordada minutos depois com as luzes de acendendo nos meus olhos.
Ele olhou pra mim se sentindo igualmente desconfortável com as luzes nos olhos, também estava dormindo...agora sem os fones de ouvido, ele ria de um bêbado que conversava com todos algumas poltronas a frente, então entrou o famoso cara do lanche.
"Eu sempre me pergunto de onde esse cara do lanche vem, não é?" Sim! Ele puxou assunto comigo.
"E eu pra onde ele vai depois que desce no meio do nada!" E de fato eu sempre me perguntei isso...
Ele continuou sorrindo pra mim e começou a falar sobre a dor nos olhos quando ligaram as luzes, sobre a sede que ele sentia, sobre as conversas do bêbado, e então ele comprou uma Coca-Cola e continuou conversando...me perguntou porque eu estava fugindo pra praia, se tinha alguma festa legal pra ir, o que eu estudava, onde estudava, o que eu queria escrever na monografia...e eu fui respondendo. Então não me aguentei e perguntei o que ele estava escutando, e começamos a falar do meu assunto preferido: MÚSICA! Ele ama Pink Floyd tanto quanto eu, e os Beatles e tudo mais que eu considere bom! E me falou dos amigos, do curso...de inúmeras coisas...e derrubou Coca-Cola na roupa, passamos um tempo rindo e falando sobre a nossa capacidade de derrubar coisas, tropeçar, trocar as palavras...aliás, acho que eu nunca gaguejei tanto...
No final, é claro, descobri que ele tinha/tem uma namorada ou algo assim, e também que já tinha me visto em alguns lugares por ai, e meio que me conhecia de vista, embora eu nunca o tenha visto! Trocamos apenas nossos nomes, e eu sinceramente não sei se o verei novamente, mas é verdade viu?! A gente vive reclamando (pelo menos eu faço isso todo dia) que as pessoas são as mesmas, os lugares são os mesmos, a vida é a mesma...mas uma pequena mudança de rotina pode nos abrir um leque de possibilidades inimaginável. Hoje é um estranho que você conhece num ônibus e talvez nunca mais o veja, e amanhã? O que pode vir de novo?


Kamilatavares.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O mundo perfeito que eu desenhei.


No mundo perfeito que eu desenhei, todo dia era ensolarado e frio, o vento sempre fazia sons de paz quando batia nas plantas, na rede, na janela, todas os dias começavam no fim da tarde, com o céu bem bonito e todos os passeios eram livres de trânsito e sem limite de velocidade.
No mundo perfeito que eu desenhei, minhas panquecas nunca queimavam, os sorrisos nunca faltavam, nem os abraços e beijos eram racionados, e a música nunca parava, mesmo quando tudo era calmaria, sempre havia alguma melodia.
No mundo perfeito que eu desenhei, os cabelos estavam sempre molhados, as mãos cheirosas, os lençóis limpos, o café quente, o violão afinado, a lista de filmes pra assistir renovada, as cervejas geladas e as pessoas certas estavam sempre por perto.
No mundo perfeito que eu desenhei, você estava sempre lá, e a gente conseguia o que tanto procurava, no meu mundo perfeito aquele amor não acabava.
Mas o mundo perfeito que nós desenhamos, existe só ali no papel, como objetivo pra gente lutar, mas quem se cansa como eu...se senta na grama num final de tarde...aquele final de tarde, pega o lápis e desenha mais, adormece e sonha, sorri enquanto dorme, porque acordar por vezes é cruel!
No mundo imperfeito que foi desenhado pra mim, vou me conformando com os fragmentos de desenhos que consegui encaixar, e aproveitando o infinito das coisas finitas, pra poder sonhar mais, e não me desanimar.
No mundo imperfeito que desenharam pra mim, consigo extrair dias de mundos perfeitos que eu insisto em desenhar...

Kamilatavares.

Free falling.


i love you, you love me
but we're not enough for each other
there's always something missing
we're always looking for something
or someone
we're always a little bit empty
'cause things are not made to be perfect
love is not as free as our minds
but we'll fall together...yes we will.

Kamilatavares.

domingo, 7 de outubro de 2012

Sobre os sintomas


O coração de repente congela, de fato
dá pra sentir o sangue parando, os olhos arregalando
procurando qualquer apoio, qualquer segurança
as mãos tremem, as palavras faltam
as lágrimas sobram.

é tão irreal
tão ilusório
e você sabe tanto disso
você escuta a sua voz gritando "ACORDE, ISSO FICOU NO PASSADO"
mas não se escuta, sua pressão abaixou muito pra ouvir qualquer coisa racional...

Sempre classifiquei o ciúme como coisa de gente irracional
maluca
desequilibrada
insegura
e adivinha só? é isso tudo mesmo
e adivinha mais uma coisa: a gente sente isso tudo vez ou outra por ai nessa vida doida.

E a gente não sabe se chora de ciúme, de amor, de ódio, de medo ou do papel de idiota que a gente faz de vez em quando...
é medo, medo de perder, medo de mudar, medo de se readaptar
medo de abrir os olhos e ver outro sorriso te sorrindo, ou não ver nenhum
medo de dormir com frio, medo de parar de escutar aqueles CD's todos pra não ter lembranças intragáveis
medo de explicar pra todo mundo o que aconteceu
medo de ver todas as suas noias tomando forma...

E tudo isso? vale o preço de gostar de alguém? Me pergunto as vezes
a gente já sabe tanto que vai perder a paz, e insanamente vai se afundando, e achando lindo
engraçado o ser humano...mas dessa vez é diferente não é mesmo?
Sempre é...
sempre foi...
sempre vai ser...

Com cada um a gente perde o juízo de um jeito diferente.

Kamilatavares.

sábado, 22 de setembro de 2012

Sobre o balanço e as despedidas

Eu não me lembro exatamente quando ele chegou, talvez antes mesmo de eu ter vindo ao mundo...só lembro que ele sempre esteve lá em cada volta pra casa, em cada fim de tarde...
Aquele balanço feito de ferro, preso ao chão... que já foi um dia branco, vermelho, amarelo... foi o meu companheiro de todas as tardes, desde a época em que não conseguia tocar o chão com os meus pés, e precisava da ajuda do meu irmão pra me balançar, até o dia em que eu fiquei tão grande que mal cabia nele... sempre!
Lembro que eu tinha uns 6 anos, um amigo do meu irmão se sentou nele, segurando sua cerveja e rindo e eu cheguei autoritária demarcando o meu território ordenando que ele se levantasse, como ele não o fez, em vingança dei-lhe uma martelada no joelho...e até hoje essa história é contada quando o tal amigo vem nos visitar.
Eu chegava todas as tardes da escola, jogava a mochila e ficava ali por horas me balançando...olhando pro céu...esperando o jantar. Brincava de bicileta, jogava bola, soltava pipa...mas no fim de tudo eu entrava em casa pra me balançar...e assim foi a minha vida toda.
Quando eu entrei na faculdade e cheguei em casa cansada e feliz depois do primeiro dia de aula, não vi o meu balanço no jardim...minha primeira reação foi entrar em casa gritando tão autoritária quanto a kamila de 6 anos com um martelo na mão exigindo satisfações sobre o paradeiro do meu balanço, e encontrei o meu pai, uma caixa de ferramentas e uma pilha de barras de ferro desmontadas e lixadas, sem cor alguma! Meu pai, por sua vez, olhou pra mim e disse "Já estava na hora...eu vou trocar a grama...e você cresceu".
Com toda a informalidade que o momento pede, eu tenho que dizer que bixo, eu choreeeeeeeeeeeeei sentada no batente do terraço olhando pro vazio do jardim, sem ter onde me balançar...chorei feito criança meu amigo! Mas passou, eu cresci.
Se passaram mais ou menos três anos desde que o meu balanço havia sido desmontado, e uma semana antes do aniversário de 6 anos do meu sobrinho, eu entro em casa e sinto um cheiro de tinta forte...quando cheguei no quintal o meu balanço estava lá, montado, vivo outra vez e com uma cor de ouro linda...a tinta estava fresca então não pude me balançar, mas olhei pra ele por um bom tempo, quando meu pai chegou e disse "Eu montei o balanço de volta, vou dar de presente a Arthur"...eu olhei intrigada e perguntei "Mas o balanço não cabe lá...vai ter que ficar aqui em casa" e uma ponta de felicidade me invadiu, só pela possibilidade de ter o meu balanço de volta; então meu pai me olhou e disse "Ele se muda pra Caruaru na semana que vem, foi decidido de última hora, e o balanço cabe lá na casa nova!... Esse balanço já foi do seu irmão, seu...e agora é a vez dele...e assim por diante..."
Uma semana se passou, meu sobrinho completou seus 6 anos, escolheu como tema do aniversário o meu desenho preferido, porque de alguma forma ele já sabia que nossa convivência diária iria diminuir drasticamente, e então hoje ele pegou suas malas, meu balanço, um pedaço do meu coração e foi embora.
Nessas horas eu percebo a dor que me causa essa história de ter que crescer...de saber que com o tempo a gente vai ganhando maturidade ao passo em que vai perdendo certas coisas, e também certas pessoas. É fato que eu não perdi o meu pequeno, mas não vou ter mais ele aqui todos os dias comigo, brincando de Jaspions e escutando Motorhead, e é fato também, que eu vou ter que aceitar o fato de não ser mais a menina durona segurando um martelo pra ameaçar quem quer que chegue perto do seu balanço.

Time to let it go!

Kamilatavares.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A ida...a volta...

E foi nessa de "deixe ir, se voltar é seu" que eu fui perdendo muita gente por ai, mas olha mesmo, ele voltou como um filho pródigo, e todo dia ele abre mais os braços e aumenta mais o sorriso quando me vê. Eu por minha vez, morro de medo de ver ele ir mais uma vez e dessa vez não voltar mais...ainda não aprendi a conviver com as inconstâncias alheias...não sei se viro amor ou orgulho diante disso.
Só sei que é como se algum personagem de final de filme baseado em fatos reais se sentasse no banco da praça ao meu lado e pousando a mão no meu ombro falasse que nós de fato estamos fadados ao fracasso da eternidade de saber que fomos feitos um pro outro e ao mesmo tempo nunca vamos dar certo, e vamos ter uma vida pra fracassar buscando um ao outro em outras pessoas...só pra depois voltar ao local de origem e respirar fundo naquele abraço de "é, nós tentamos...mais uma vez".

Kamilatavares.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Coma

É uma insuficiência respiratória, cardíaca, sentimental...uma falência múltipla do amores dentro da gente que hoje em dia vivemos em coma, entubados e presos em nossas macas recebendo aquele soro de ideias ultrapassadas, preconceitos doentios, julgamentos, opiniões negativas, intrigas, energias negativas...
Precisamos largar desse vício de viver na amargura, de reprimir o que é bonito, de deixar morrer na garganta aquele eu te amo, de privar os nossos braços de outros braços, nossas mãos de outras mãos...
Acordei com essa sensação de não desistir, de reverter o quadro clínico desse amor que só machuca, que só nos faz trajar o luto da falta de esperança nas pessoas, da descrença... acordei querendo ver sorrisos, sentir abraços e respirar fundo aquele ar fresco na sombra de alguma árvore...
Eu quero sair do coma, gritar poemas de Vinícius de Moraes, ser clichê mais uma vez na vida, deixar a máscara de menina de gelo cair...quero um recomeço!

"É meu amigo só resta uma certeza, é preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor..."


Kamilatavares.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Labirinto.

Fui tão longe no labirinto dele, derrotei tantos monstros e consegui voltar inteira de tal forma que isso o assustou! Agora eu sei todos os segredos, todas as passagens secretas, os caminhos de ida, de volta, as regras, as brechas...se ele vacilar eu vou saber!
Então o rei da terra dos labirintos, vendo que eu havia vencido todos, me baniu de suas terras, porque eu agora, sabia o que se passava sob sua coroa, sabia os truques de falsidade e as mentiras que seguravam seu status como os pilares que seguravam os templos.
Olhar pra mim era como ver nos meus olhos quem ele realmente era por trás da pompa, e ele não gostava do que via, ele não queria o espelho das inseguranças, dos corações partidos, dos amigos abandonados como objetos, das cabeças nas bandejas de prata... ele não queria ver a língua venenosa por trás do sorriso bonito, nem as mentiras ao som daquela voz doce...não queria ver o beijo da morte nem o afago do abandono...
Mudar é difícil...é mais fácil banir aqueles que nos querem verdadeiros, despidos das atuações diárias do que expor o verdadeiro eu em praça pública! E é assim que a vaidade se alimenta de nós, nos sugando aos poucos de forma que só nos damos conta do que está acontecendo quando nos tornamos secos! Porque por ora, é muito mais fácil aproveitar o divertimento diário dos igualmente revestidos de vaidades, pompas e mentiras, do que tentar subir a escada do aprendizado moral pra se tornar uma pessoa melhor.

Kamilatavares.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

The heartbreaker


People will love you all over the place
but i feel sorry for you
'cause they won't stay
nobody can trust you

You'll blow their minds
break their hearts
'cause that's who you are
an human bomb
'cause you destroys everything you touch...

I may  end up alone
but you'll too, for sure
and more than that...you'll be lonely, sad, you'll get mad
stuck on your own lies...

You can be the best now
but only 'cause they made you the best
and you use them like objects...so you'll break them all
lose them...and finally found the loneliness that you deserve

Kamilatavares.

domingo, 19 de agosto de 2012

Sobre confiar.

Eu disse uma vez que a razão se ganha pelo silêncio...quem tem consciência limpa não precisa sair gritando que tá certo, é um estado moral de bem estar, mas hoje percebi que com a confiança funciona quase que no mesmo mecanismo.
As vezes a pessoa não precisa te dizer absolutamente nada pra você saber que pode confiar nela, é como se algumas poucas pessoas no mundo viessem com uma memória extra pra guardar alguns segredos e acalmar algumas frustrações, a essas pessoas, se oferecem os postos de confidentes, portos seguros.
Já outras, podem dizer todo dia, toda hora, podem mandar fazer um letreiro neon na porta da sua casa com as palavras PODE CONFIAR EM MIM piscando a noite toda que você vai relutar até o último segundo pra dividir nem que seja o mais bobo dos seus sentimentos. É a prova de que bons diálogos se fazem em silêncio, de que o que se fala por mais que tenha firmeza, não corresponde a energia que você sente...quem tem energia boa, espalha isso com um sorriso, com uma olhadinha rápida, com um "bom dia"...quem não tem pode fazer o discurso mais bonito do mundo...vai continuar sem!
As vezes a procura não é por alguém que solucione seus problemas, é só alguém pra dividir...tornar grandes fardos um pouco mais brandos, é pegar na mão do amigo e ensinar ele a andar, e não andar por ele...não precisa falar nada, é só mostrar que você está presente. E isso...poucas pessoas sabem fazer.
São apenas devaneios, mas aos poucos aprendi que pensar na vida não é tão ruim assim...e que isso possa me tornar uma pessoa melhor =)

Kamilatavares.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O bilhete que ficou no bolso.

Hoje eu me dei conta de que vai levar um tempo até que você vire um estranho pra mim, embora as coisas já tenham mudado bastante. Mas eu ainda sei todos os seus discursos, todas as histórias daquelas férias de verão, e da sua infância, e aquelas coisas que você fala sempre que conhece alguém novo.
Eu conheço o seu tom de prestatividade, seus vícios de linguagem, o filme preferido, o perfume que usa, a cor que mais gosta, o jeito de calar quando sabe que errou e precisa pedir desculpa, o jeito de chamar pra tomar uma cerveja e fazer as pazes, aquela cara de alívio quando massageio os nós das suas costas e aquele cheiro de maracujá que fica nas mãos.
Eu sei como você soa quando fala a verdade, e quando mente. Conheço cada tipo de sorriso e cada tipo de abraço, tenho até os meus preferidos. Guardei um sorriso de "bom dia" e um abraço de reencontro na minha caixinha de coisas boas. Eu sei a cara que você faz quando a comida tá boa, ou quando elogia só pra agradar.
Não tem jeito não fi...é difícil encontrar alguém que a gente pode dizer que conhece, e se as vezes eu me chateio, é porque gosto de você uai, não sou de me importar com comentários de quem não gosto.
Só não quero que você se perca, se jogue nessa aflição...só não quero que mostre nossas feridas por ai, aquelas de quem já passou por umas tantas na vida. Só não quero que eles virem tua cabeça pra fazer coisa ruim, que te transformem em alguém quem "tem", e não em alguém que "é"! Que te levem pro vício de falar mal, de viver de energia negativa, daquelas que não te deixam dormir, que fazem suas mãos correrem pra aliviar as tensões no pescoço.
Eu ia embora...mas voltei pra lembrar do tempo em que nossa regra era procurar a cerveja mais gelada e não falar mal de ninguém, só correr atrás de ser feliz, de rir na beira da piscina e brindar tudo quanto era de bom!
Voltei pra te lembrar do tempo em que toda vez que a coisa ficava tensa, os problemas se resolviam com Doritos, filme, cookies e louça pra lavar depois. Voltei porque eu sonhei que você saia do banho e trocava de roupa sem fazer nenhuma dancinha engraçada, e isso é sinal de que alguma coisa tá errada, tem alguma música faltando.
E também admito que fiz algumas besteiras, mas nunca fui tímida pra pedir desculpa. Te dei muito do meu tempo, todo dia, toda hora e não sobrou nada pra mim quando tudo mudou de lugar, isso desestabiliza um pouco as vezes, e você sabe que sou cheia de manias, mas nunca deixei de fechar os olhos todo dia desejando que você fosse feliz, do jeito que escolhesse ser; e em toda rua algo me lembrava nossa convivência...e eu tinha vontade de apontar pra algum prédio ou loja e dizer "oolha, que legal!" e ver você concordando.
Muita gente com o tempo muda de lugar no coração da gente, e temos que conviver com isso, porque afinal de contas faz parte da vida, e tive muitos amigos, e melhores amigos...mas nunca deixei ninguém se aproximar tanto assim, e minhas manias também nunca me permitiram chegar tão perto assim de alguém, e isso é importante, significativo! Não dá pra colocar na segunda gaveta entende? Só pra que você entenda que eu entendi, "shit happens...mas tamo ae!"

Kamilatavares.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CANTE!

CANTE! Pegue sua escova e faça de microfone, cante no chuveiro, compre um karaokê, suba no palco do bar e se passe, DANCE! puxe a vassoura para uma valsa, pegue o violão mesmo sem saber tocar direito e prepare uma serenata, vá, cante mais alto, desafinou? Tenta outra vez! Não se importe, seja feliz, aproveite!!
Bote o seu cd preferido pra tocar no volume máximo e cante junto, acompanhe todas as músicas, cante as letras, os solos de guitarra, olhe pro espelho e imagine uma platéia de um milhão de pessoas gritando o seu nome, se divirta!
Vão tentar dizer que isso é feio, que você é ridículo, mas não se importe, esses momentos são mágicos! Música é um negócio mágico, deixe ela entrar em você, sinta a música, não a falação em torno dela! VIVA, DANCE, CANTE!

Kamilatavares.

Pigarreando pra tirar os nós da garganta!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

About the liar.

E pela primeira vez na vida tive que calar e concordar...logo eu que sempre arrumava a bagunça dele, que sempre arrumava uma desculpa pra justificar as merdas que ele fazia, as mentiras que contava e as pessoas que enganava...me vi ali, estática diante uma situação incontornável!
Era um fato bem ali na minha frente, era um erro palpável, e eu que já andava distante não tive argumentos pra acalmar ninguém, não tive palavras de consolo, não tive defesa nem argumentação...apenas o silêncio.
Tem coisa que não se justifica...como as mentiras dele...e como as minhas tentativas de limpar todas as sujeiras feitas...enquanto nem um terço disso era feito por mim, muito pelo contrário, ele saiu por ai desonrando meu nome e sujando minha credibilidade, enquanto eu dizia a todos como ele era uma boa pessoa. Mas desta vez...nem eu pude impedir o cair de máscaras. Não foi bonito...uma angústia tomou conta do quarto...e vai ser menos bonito ainda nos próximos dias. The winter... is coming.

Kamilatavares.

sábado, 4 de agosto de 2012

Soul Sister.

Ela fez questão de repetir pra todo mundo que eu era de casa, e depois de tanto tempo sem pisar ali eu me sentia mais em casa do que nunca! A decoração mudou quase que por completo, as listras na parede deram lugar ao azul de calmaria, a cama agora é gigante, "meu" antigo quarto guarda as coisas que não se usam tanto assim, o velho super Nintendo ainda vive pra contar as histórias e as mesas e escrivaninhas foram todas para a antiga sala, mas mesmo com os sofás novos, ainda sinto o cheiro dos meus cadernos jogados lá.
Hoje usamos roupas diferentes, mudamos o cabelo, não viajamos mais juntas e a forma de ver as coisas mudou também, principalmente em mim, mas quando eu entrei ali, me senti a mesma de antes, e que saudade que me deu de tanta coisa boa que eu vivi.
Confesso que não estava lá muito saudável. Minha cabeça andava entre conversas que eu queria ter e nunca tive, brigas, a psicóloga que eu teria que visitar no dia seguinte pra gastar mais uma caixa de lenços de papel e atirar frustrações em seu bloquinho de anotações misteriosas sobre mim, e como eu ia fazer pra voltar a ser quem eu era, feliz!
As vezes me sentia como se alguém tivesse sugado minha felicidade toda, e pra essas horas eu tinha ela, a minha irmã de alma que sempre cuidou de mim e me protegia. Claro que eu tinha que deixar tudo arrumado e não esquecer de guardar os meus sapatos pra não levar uma cadeirada. Eu fazia o molho branco e ela não deixava ninguém mexer comigo, porque eu sou a irmã mais nova, a que apanhava na escola, a pequenininha. E ela? Era o leão que arrancava a cabeça de qualquer um que tivesse a ousadia de me fazer chorar...ah...ela sumiu por tanto tempo que eu fraquejei! Caí das pernas e me perdi de um jeito que a queda no buraco foi grande!!
Sempre fui inocente pra certo tipo de coisa...eu acredito muito na bondade das pessoas, acredito que fazendo por elas o que eu gostaria que elas fizessem por mim as coisas iriam funcionar bem...mas sem ela eu vi que o fato é que "o povo é nojento mesmo" e que as vezes eu sou mesmo meio "besta".
Mas não importa sabe? Pode passar o tempo que for...um mês, um ano, dez anos...sempre que ela aparecer eu vou sentir aquele abraço quente de quem vai sempre cuidar de mim...
Talvez ela tenha ido embora pra eu poder crescer. Doeu viu?! Mas aconteceu! Eu acabei vendo na prática o que ela tentava me mostrar com exemplos...depois de tudo isso...acho que já passou da hora de voltar.


Kamilatavares.

Porque não precisa de sangue pra ser família, e não precisa ser a sua casa pra você chamar de lar!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pra quem anda por aqui até que estou bem calma...ou talvez internalizar as coisas seja de fato silenciosamente reconfortante, ou quem sabe uma bomba em contagem regressiva pronta pra estourar...mas que enquanto não explode espalha calmaria pelos campos verdes...
Andei conversando sozinha por algumas esquinas...ensaiando discursos para diferentes situações da história mundial, e diferentes personagens que tanto gosto...talvez tenha sido esse o remédio...exercitar a mente enquanto observo olhares de reprovação...
Quando a hora chegar? Vejamos...eu vou sorrir! =)

Kamilatavares.

sábado, 28 de julho de 2012

Conversas curtas de devaneios longos.


Ah meu querido, você chegou agora...mas tanta coisa passou antes!
Existe um bocado de história que merece ser contada...mais um bocado que não merece nem ser lembrada.
Sabe qual é o problema das pessoas? Elas sempre escutam a primeira versão das histórias e tomam como verdades absolutas, então, qualquer outra versão soa como uma mentira usada pra disfarçar os fatos. Mas a verdade meu querido, é que não existe isso de verdade, ou mentira, ou seja lá o que for...existem apenas versões de uma mesma coisa. A mesma história pode ser contada de diferentes formas, através de diferentes visões, são versões, cada um tem a sua!
Entende porque tudo é relativo? Talvez seja piração de quem faz história, mas é assim que eu vejo as coisas, então se eu te contar minhas histórias, talvez não acredite, ou me ache louca!
Posso te contar como foi o meu ano hoje, e você vai pensar que foi o pior ano do mundo, porque hoje, como estou meio cabisbaixa, vou contar só a parte ruim de tudo. Se eu te contar como foi meu ano amanhã, você vai sentir inveja do ano maravilhoso que tive, porque amanhã estarei no melhor do meu humor...entende? Tudo é ponto de vista, a gente tem que tomar cuidado com isso...principalmente nós que usamos óculos, porque sem eles, nossos pontos de vista ficam todos embaçados.
Eu sei, eu sei...você quer saber de tudo! Mas eu não lembro, juro!
Lembro dessas pessoas maravilhoras, por vezes nem tão maravilhosas assim, mas que fizeram os meus dias. Lembro de muitas músicas, de diferentes astrais, em diferentes momentos. Lembro de aniversários, festas, ressacas, maratonas de filmes, brigas, viagens, shows, amigos que fiz, amigos que se perderam, outros que a vida levou pro outro lado (se é que existe outro lado)...
Lembro de umas tantas loucuras que fiz, de momentos de dúvida, outros de certeza...lembro de ter alguém sempre ali ao meu lado, que depois sumiu como tudo some nessa vida...e volta e vai sumindo...mas é assim mesmo o fluxo das coisas. Lembro que aprendi a me conformar...por vezes falei muito, agora estou aprendendo (aos poucos, claro) a calar.
Vou descer nessa estação...mas com certeza nos falaremos mais.

Kamilatavares.

É cada sonho louco que a gente tem não é mesmo? Agora mesmo, sonhei com coisas flutuantes.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Feito maré...por vezes sou onda calma levando tudo na boa...por vezes mar de ressaca, arrastando tudo pra baixo comigo.

Kamilatavares.

Era pra ter continuado o texto...mas acho que não precisa de mais nada.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fairytale

Once upon a time, i had this angel in my life, and he was beautiful as the sunrise and lovely like the most incredible spring flowers. He was the reason of the beauty in my laugh while i was running on the garden of yellow flowers with the wind kissing my hair.
But one day, and i can tell you guys, i wasn't expecting...the evil knight of the land of sadness came and took my angel while i was sleeping, and then, when i woke up, i was alone.
I still don't know why he did this to me, if i was always peaceful and nice with him. Every day i look at his tower and i can see my angel stuck on his darkness and madness, my poor little angel is broke, without his wings and i can't do anything to save him.

***

And came the day...i had to talk with the knight...so he said to me that he felt lonely, and that's why he took my angel, 'cause he saw our hapiness, but he was upset, and asked to me what kind of potion i used on the angel to make him stay with me...then i said:
"It was love, my dear knight...love is not a prison...love is a garden full of good things. If you open your gates, you'll feel loved again".
But he was still confused, it was too complicated...it's hard to change you know? Sometimes we know exactly what to do, but we just can't, god knows why.

***

My angel never came back, he was corrupted by the madness of the knight and killed himself by not having more wings, the knight was so ashamed that now spend all of his time walking on the gardens counting flowers and waiting for some kind of love.
About me? I'm still learning...love can give us some joy...some pain...and some memories of angels, gardens, and knights who bring us down sometimes in our lifes, trying to bring us to reality while we're trying to bring them to our fairytales.

Kamilatavares.

domingo, 22 de julho de 2012

Sobre crescer.

Cortei uma fatia de melancia do tamanho do sorriso que eu queria ter. Crescer é das coisas que nos deixam mais cheios de infelicidades na vida. Eu fui uma criança feliz...das mais felizes se me permite o atrevimento! chorava toooooooodo dia por um joelho ralado ou porque todo dia coçava os cotovelos a ponto de nunca deixar eles cicatrizarem.
Era legal brincar o dia todo, pegar briga com os meninos sabendo que no dia seguinte eles ainda seriam meus amigos apesar dos hematomas e chegar em casa toda machucada com a certeza de que o meu pai cuidaria de tudo e daria um sopro nos meus joelhos dizendo "passou filha...foi só um susto".
E então o tempo passa e meu amigo...não tem merthiolate que te salve das dores da vida, e chega um certo tempo em que nem se pode mais chorar no colo do pai, porque tem susto que não passa fácil assim...e a gente percebe que chega a hora de se virar sozinho...e começa a chorar por motivos diferentes, sorrir por motivos mais diferentes ainda, ter outras necessidades na vida, outras prioridades...os antigos amigos muitas vezes viram aquelas pessoas que você encontra no supermercado e balança a cabeça pra mostrar educação, e o seu primeiro namoradinho agora tem barriga de chopp, barba, sabe dirigir e Deus sabe o que aquela menina que não falava com ninguém da sala andou fazendo de errado na vida. Então você se depara com a "patricinha" que tanto te fez raiva, passando pela rua grávida.
Crescer é um negócio DE FATO surpreendente. E vão olhar pra você com ar de "quem te viu...quem te vê..." e você não vai saber explicar quando, como ou porque...só olhar com aquele conformismo de que todo mundo muda, mas certas coisas dá pra guardar pra sempre sabe?! Tipo sorrisos de fatia de melancia!


Kamilatavares.

sábado, 21 de julho de 2012

Disconnected.

Sometimes life is a puzzle, i'm just a little piece.
Eu não entendo muito bem o que anda acontecendo ao meu redor ultimamente, me prendi e me soltei em um mundo completamente diferente, onde as mesmas pessoas tomaram lugares diferentes na minha cabeça entende? Todos os lugares tinham suas marcas únicas com características que só eu sabia identificar, então um belo dia eu acordei e todas as peças do meu quebra cabeça mental haviam sido montadas de uma forma diferente, que eu ainda estou tentando descobrir como aconteceu pra poder explicar.
Peças importantes foram deixadas de lado, peças que eu não gostava apareceram em evidência...está tudo desconectado. Como se alguém me colocasse numa missão maluca de redescobrir tudo em mim, e tudo ao redor outra vez...então eu ando de olhos bem abertos, ouvidos atentos e boca fechada...pra ver se consigo me concentrar pra descobrir um jeito ou de me acostumar com as coisas do jeito que estão, ou de colocar as peças em seus lugares de origem.


Kamilatavares.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aos fulanos

Meu mundo é muito grande
pra girar no seu umbigo
O tempo é muito curto
pra gastar todo contigo
A vida é um estalo
que chega até a dar nó
Não dá pra gastar tudo
pensando em você e só

As estrelas dos meus sonhos
não cabem no teu céu da boca
Eu digo que já passou
e você pensa que eu sou louca!

Meu sol de cada dia
ficou tão grandioso
que não pode mais brilhar
ai na íris do teu olho

Pequenino eu já te disse
nem tudo é sobre você
meu coração só fica triste
quando bate por você

Então eu fui, viver andando
então eu vou, me acostumando
a gente vai, se melhorando
e transformando um grande amor
em um fulano!

Kamilatavares.


Produtividade depois de uma conversa sobre fulanos com a minha nova amiga de assuntos bloguísticos Beatriz Marques. =)


ps: A Bia escreve super bem, então aos meus leitores (se é que tais seguem meus "conselhos") eu indico o blog dela que é super ótimo http://fridaysmile.blogspot.com.br/

Me disseram...


Porque quando se anda de saia
uma hora ou outra se mostra a calcinha
porque biquini na praia pode
mas é feio na avenida

um dia me disseram
que no starbuks eu amaria café
mas continuo sentindo o gosto
de pó de meia com chulé

Assisto sessão da tarde
odeio homem de cavanhaque
falo alto, e xingo até
e se me chamar pra dançar
eu vou pisar no seu pé

desliguei meu telefone
pra você não me acordar
de cabelo assanhado
eu não atendo o celular

vou fazer uma macumba
pra todo mundo passar
o dia lavando louça
e nunca mais fofocar

gosto de sentir a brisa
buzina de caminhão me irrita
não gosto de los hermanos
eu nem tenho instagram
nem sei bater fotografia

Me disseram que eu tinha
que parar de falar alto
perder uns monte de quilos
e usar mais salto alto

E minha vó
disse que corre o perigo
de eu ficar pra titia
e não arrumar marido

Tem muita coisa
que me dizem por ai
mas eu quase nunca entendo
acho que eu não sou assim...

Kamilatavares.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O inevitável!

Ha tempos ando buscando algo que possa ilustrar o que sinto certas horas...por falta de termos me calo. Mas hoje me sinto como uma mãe que dá tudo pelo filho que cresce e vai embora sem olhar pra trás...hoje trago em mim esse gosto de despedida que vai durar...de sensação de que se vai, mas fica...e você fica esperando o dia em que, finalmente irá acordar só.
É um gosto amargo de quem não deseja que o fim chegue um dia, mas que espera angustiado porque sabe que é uma certeza que se tem na vida. Algumas vezes é como o cair de uma folha...já outras, é como uma bomba! E sua árvore de esperanças fica sem galhos, sem flores, sem verde...
A gente tenta planejar o que vai fazer da vida depois que passa pelas barreiras que são tais mudanças bruscas...e é o que eu tenho feito. Por enquanto sem sucesso algum...apenas planejando...sei que um dia eu vou ter que levantar da cama e dizer "é hoje que eu vou fazer o meu futuro" e não vou poder voltar a dormir...por enquanto vou engatinhando...um dia de cada vez...esperando...fazendo a minha parte onde cabe ser feita...ando insegura, amedrontada, calada, apreensiva...cheia de coisas que eu não conhecia antes em mim. Acho que crescer é isso...passar por um monte de coisa dolorosa pra poder encher um peito cheio de amarguras e se chamar de adulto...e eu juro que não quero isso...por isso dói tanto...porque é inevitável!
Hoje em dia pra se encontrar paz é necessário um trabalho maior do que cavar uma mina em busca de diamantes...a gente se enche de lama e quebra a cara procurando, e quando finalmente encontra vem alguém querer roubar, então você tem que correr, se exilar...não se pode ter tudo o que quer! Paz é solidão, mas solidão dói tanto quanto viver sem paz...e assim vamos vivendo os paradoxos diários que nos enlouquecem entre uma refeição e outra, ou num cochilo breve antes de ir trabalhar.


Kamilatavares.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Gemini.

Presto atenção em tudo que se move, e me fixo em tudo o que está parado...não me importo com o que dizem, mas levo certas opiniões como tatuagens que não conseguem sair de mim...que doem por um certo tempo até cicatrizarem. Amo todo mundo e não amo ninguém, sou generosa e egoísta, por vezes sou a sentimental mais insensível do mundo. Tenho vários amigos e não tenho nenhum.
Vivo numa inconstância do ser que por vezes é divertida, por vezes é perturbadora. As vezes nem eu mesma consigo conviver comigo, e de uma hora pra outra me dou bem com todo mundo. Saio e todo mundo me sorri, e então no outro dia todos olham torto pra mim.
São as 500 pessoas que vivem dentro de mim, como roupas que eu tiro do armário todo dia...algumas eu conheço mais do que outras...umas eu quero usar todo dia, outras eu prefiro que se cubram de mofo...não é fácil ser eu...paciência!


Kamilatavares.

sábado, 7 de julho de 2012

Insanidade proposital.

Ele deixa um rasto de insanidade, de histórias de amores mortos, corações partidos e despedidas dramáticas contadas em textos, poemas, relatos de olhos cheios d'água e questionamentos sobre aquele sorriso encantador, mãos sempre quentes e nuca de cheiro entorpecedor.
Ele deixa todos com interrogações saindo pelos poros onde quer que passe, e ele sempre passa...nunca fica. Se ficar? Tenha certeza que é por tempo limitado.
Entenda, algumas pessoas levam um tempo maior pra enlouquecer comparado a outras que perdem o juízo facilmente...então ele fica e espera. E nos seus sonhos a imagem daqueles olhos, daquelas mãos e daquele sorriso sempre vão aparecer, por um bom tempo.
Eu vou ler todas as histórias, escutar todos os relatos, enxugar as lágrimas de todas as lamentações, me alimentar dos erros dele pra mostrar que isso não se faz. Por vezes quase explodi!! Por vezes quase me perdi no caminho...por vezes me deitei e chorei me perguntando porque as coisas tem que ser assim. Lá vem mais uma...e dessa vez eu aprendi a reproduzir aquele sorriso...quem usa ele sou eu. E acredite, eu sei o que vai acontecer, e vou estar lá pra assistir. Porque de todas as pessoas que enlouqueceram, eu fui a que mais demorou, e a que enlouqueceu mais...e você sabe...os piores loucos não estão presos em manicômios...eles estão passando pela rua, cruzando com você nas esquinas e enquanto você nem sabe da existência deles, eles já sabem o que vai te acontecer amanhã, e vão surgir na sua vida no momento em que quiserem, nas circunstâncias que lhe forem mais confortáveis, e você vai pensar que foi coisa do destino ou algo do tipo...esse destino que te puxa feito as cordas de um marionete pra seguir um roteiro escrito por alguém que você não faz a mínima ideia de quem seja.


Kamilatavares.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A frozen second


Eu ando mesmo mais calada ultimamente não é?! Peço perdão por isso! Por um lado, me torna menos interessante do que eu costumava ser, por outro, posso lhe servir de boa companhia pra quando quiser desabafar e falar dos seus problemas...poderia ficar por horas aqui sentada te escutando falar sobre todas as causas das irritações da sua vida, fazer pequenas pausas para um comentário ou outro, e voltar ao meu silêncio. Pois é, sabia que você estava precisando disso, ainda sirvo como ombro amigo, ou pelo menos eu acho.
Mas o que eu posso dizer? Notei seus dentes mais amarelados esses dias; anda tomando mais café que o de costume? Também parou de se barbear...as falhas na sua quase barba são até charmosas sabia!? Suas novas imperfeições físicas até que me agradam; exceto o cabelo, gosto quando cuida mais dele e eu notei que você não usa mais a loção que te indiquei.
Andas com umas manias diferentes, como se houvesse algum aborrecimento constante que te faz repetir os mesmos movimentos de tensão muscular a cada 30 segundos. Me lembra a minha obsessão pelas coisas alinhadas, que piora quando eu me estresso. Quando estou muito feliz e relaxada, até me dou ao luxo de amassar alguns guardanapos.
O que mais posso dizer? Tenho assistido muitos filmes, um ou dois por dia, o que me deixa com um saldo de sono quase que nulo, e a bagunça no meu quarto muito maior. Falando em quarto, levando em consideração toda a sua tensão, imagino que o seu quarto deve estar mais arrumado do que nunca! Consigo sentir o cheiro de limpeza daqui, e você todo nervoso arrumando tudo milimetricamente. Se quiser te dou meu quarto pra você arrumar, ele anda precisado de uma atenção mais cuidadosa.
Charmoso esse lugar, gostei da decoração. Mais um brinde? Saúde!
O dia vai ser cheio amanhã não é?! Você me liga quando estiver pronto? Ok, vou tentar acordar mais cedo eu prometo!
Comprei umas maçãs, quero comer coisas leves amanhã, você deveria fazer o mesmo, tente meditar também...dê uma relaxada, um mergulho na piscina. Ah meu querido, sei que ainda guardo muito em mim desse instinto de querer cuidar de você, posso me dar ao luxo as vezes de passar algumas recomendações, e espero que funcionem pois só quero te ver bem, no mais é isso, estou bem...só ando mais calada.
Vamos pedir a conta? Bateu um sono...

"Kamila?"
"ooi, tava distraída aqui pensando, o que foi que você disse?"
"Eu disse 'conta mais ai, você anda tão calada' e distraída pelo que eu tou vendo"
"Ah não tenho nada pra contar não, haha, tou bem, feliz...o silêncio é coisa do sono, sabe como é...fico assistindo filme e acabo dormindo pouco"
"Você e esse seu vício de passar a madrugada nos filmes..."
"pois é..."

Kamilatavares.

Incrível a capacidade humana de se pensar em um milhão de coisas pra dizer em um segundo!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Madrugada.

Agora todos os dias eu vejo o sol nascer. Abro uma pequena fenda na janela do meu quarto e ao passo em que o céu vai ficando claro, minha disposição pra permanecer de olhos abertos diminui e eu caio num sono que poderia ser eterno, não fossem pelas interrupções da minha mãe, que sempre me acorda antes de ir almoçar.
Ando cultivando uma certa paixão pela madrugada, agora que posso me dar ao luxo de desfrutar de tal beleza, e encontrei o motivo de trocar o dia claro pelo céu escuro, que todo dia vejo mudar de cor antes de fechar os olhos: É o Silêncio!
Quando todos dormem, os carros não passam tão frequentemente pela rua, minha cadelinha para de latir e não se escuta mais o som da Tv ligada em algum programa de auditório qualquer, ou nas novelas diárias, ou o conversar das pessoas na cozinha enquanto se prepara o jantar e lava a louça, quando não se escutam mais os passos, os vizinhos, as buzinas...quando tudo dorme eu consigo encontrar nesse silêncio uma pausa pra existir pacificamente. Preparo um bom copo de suco enquanto escuto o estalar da pipoca ficando pronta, e é como se cada pequena explosão rasgasse aquele silêncio que, durante essas poucas horas, só eu posso controlar; então assisto um filme com os fones de ouvido...então fora de mim tudo ainda é silencioso entende?! Por vezes paro olhando o meu quarto, a janela, ando pela casa vazia e escura e sinto como se eu tivesse o poder de ter parado o tempo ali, e fosse a única pessoa em movimento em meio ao mundo congelado.
Então eis que me chegam as explosões de criatividade, que durante o dia são sempre interrompidas por uma tarefa ou outra a se fazer, mas agora? Estão completamente livres pra explodirem em mim, porque agora o tempo é meu, só eu posso controlar, ninguém pode interromper...é nessa hora que se pinta, escreve, toca, assiste, pensa, canta, dança...aproveita o pouco tempo em que pode controlar o tempo. Porque quando menos se espera, a claridade começa a tomar conta do céu, o sono toma conta de mim, e o tempo volta a ser controlado pelo barulho das buzinas do mundo.

Kamilatavares

sexta-feira, 29 de junho de 2012

385 days...

This is not about love...this is about the girl who knows the guy...
Talvez até seja sobre amor, mas não daqueles que dura pra sempre entende?! Acho que comecei a me dar conta disso agora, depois de algumas noites mal dormidas e tantas doses de confusão.
"Primeiro era vertigem, como em qualquer paixão, era só fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo", e assim foi, assim eu fui seguindo o ritmo de cada ilusão que eu criava. Ah como o meu mundo por vezes é belo, gostaria de mostrar a vocês qualquer dia; ele viu o meu mundo algumas vezes, fosse através dos meus guardanapos milimetricamente dobrados, dos meus gritos na cozinha, dos meus pés tortos ou das histórias que eu nunca havia contado pra ninguém e consegui dividir com ele.
Algumas coisas ficam só com a gente, mas de vez em quando aparece alguém merecedor de ver pela frestinha da porta como você enxerga as coisas, e olhe...eu deixei a porta destrancada pra ele, nesse perigo delicioso de ter meu mundo invadido por alguém que vai acabar por te conhecer mais do que nenhuma pessoa nesse mundão todo.
Também fui merecedora de enxergar pelos olhos dele, aquele mundo cheio de cores fortes e em constante mutação que ele criou pra chamar de seu, aquele mundo cheio de sinfonias, das coisas que só ele gosta e que quando citadas, imprimem nele aquele sorriso que só quem entrou no mundo dele entende, e eu entendo todas as vezes...é como o sorriso que eu dou quando alguém diz que gosta do Ringo Starr, ou fala que acha cachorros bem mais legais que gatos, ou quando alguém escuta Johnny Cash ou sabe qualquer fala de Toy Story decorada.
"Depois era um vício, uma intoxicação, me corroendo as veias, me arrastando pelo chão", e é assim que se vicia em alguém, se cria hábitos, tradições inquebráveis. Meu Deus quem mais vai entender as minhas manias? E você se desespera achando que ninguém mais vai te entender na vida como ele entende. E que ninguém vai conhecer ele como você! E todas as histórias, tudo o que foi dividido? Eu preciso lutar, ir atrás. Ai você se prende numa obsessão quase que doentia, depois desiste, se tranca, não quer sair, não quer comer, não quer se arrumar, trata todo mundo com frieza, falta motivação...vai se corroendo, porque "As vezes é tormenta" e das brabas.
Mas chega uma hora em que "Pode ser que o barco vire, também pode ser que não", e então você se estabiliza, respira fundo, toma um banho, sai sem rumo e as coisas começam a acontecer outra vez...estabelece metas e então em uma tarde qualquer você vai passar por aquele lugar escondido pela sombra das árvores que vocês tanto gostavam e encontrar ele lá, sentado quase que esperando por você. Então vai falar sobre como a sua vida está andando, e ouvir ele falar sobre a vida dele com aquele aperto no coração e aquele sorriso bobo de volta; e vão lembrar das velhas coisas, desenterrar piadas internas, suspirar com os olhos fechados de quem tomou um gole de nostalgia e pensar no quanto foi bom, se perguntando porque não continua sendo.
Talvez aconteça alguma coisa, talvez só se levantem e cada um pegue o seu rumo, mas parado ali não dá pra ficar pra sempre.
Coisas maravilhosas acontecem uma hora ou outra na vida de todo mundo, e merecem ser relembradas com o devido respeito e alegria, não acontece só uma vez, eu com meus vinte e um anos, já vivi umas boas histórias maravilhosas, elas não precisam de um final feliz, muito menos de um para sempre. Algumas duram por muito tempo, outras um dia, algumas 500, outras 385.




Kamilatavares.






Uma mistura de trechos da música "Casa" do Lulu Santos + 500 Days Summer + acertos de gravação da minha vida.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Balada do amor inabalável.

Quer saber de uma coisa?! A gente vai acabar por ser sempre assim, feito balada dos anos 80. Todo mundo conhece, sabe cantar e fica esperando as frases fortes do refrão...e eu ainda espero nosso refrão com aquela paciência dos nossos passeios que não precisavam terminar assim tão cedo.Não importa o tempo entende? Eu ainda guardo o seu manual de instruções, e sei que você ainda deixa o meu manual no seu porta-luvas, caso eu fique muito calada na volta pra casa e você não saiba como perguntar quais são as milhões de coisas que eu tenho a te dizer.
Estranho te ver nessas circunstâncias...estranho me ver tão só assim também, e o pior de tudo...sem procurar ninguém! Dispensando os caras legais, e os não legais também, pra curtir minha música preferida. Trocando encontros por tardes de maratonas de seriados, acabando com a pressa das coisas...
Mas quer saber de mais uma coisa? É tão bom! Passar um tempo convivendo com seu espelho entende?! 
Eu me mandei pra assistência técnica, pra ver se paro de te observar tanto, prever o que vai te acontecer e quanto tempo vai demorar até você voltar, e tentando trocar alguns parafusos aqui, pra ver se eu volto melhor...com mais alguns filmes e livros nas minhas listas, algumas noites de sumiço, algumas músicas novas e um ar de renovação... 
Talvez eu consiga...se tudo der errado? Volto algumas faixas e coloco aquela velha balada pra tocar mais uma vez!

"Eu vou dizendo na sequência bem clichê, eu preciso de você"

Kamilatavares.

domingo, 24 de junho de 2012

Aleatória.

Perdi o lugar nas fotos, as datas comemorativas, os contatos telefônicos, as tradições, os convites, as piadas internas, as conversas telepáticas, a afinidade, o companheirismo...
Por vezes penso que na realidade nunca os tive, ou que os cultivei de forma errada, pra irem embora assim tão fácil...ou não tive cuidado com as ervas daninhas, as pragas e os ladrões que ameaçavam minha colheita.
Por sorte, ou talvez conformismo com certos tropeços, aprendi a me virar como se nada, ou quase nada tivesse acontecido, guardando certas coisas só pra mim, nesse labirinto interno que nem eu mesma sei o caminho de saída.
Por dias fico em casa, trancada no quarto pensando na vida sem vontade de fazer absolutamente coisa alguma; Por noites saio sozinha sem rumo, pego qualquer bebida e ando pra sentir o vento frio e perder algumas horas de diálogos vagos com os conhecidos que encontro.
Não sinto mais os pesos que me seguravam pra perto das mesmas pessoas, agora sou como balão sem rumo, só Deus sabe pra onde ele vai voar.
Meu telefone não toca mais todos os dias com aqueles mesmos números aparecendo na tela, não tenho mais planos para a semana inteira. Mal de férias, greve, seja lá o que for...deixa um buraco de ócio tão grande que a gente vai se sentindo solitária. Talvez faça teatro, talvez dance...minha voz já começou a me decepcionar...talvez eu fuja de casa pra ter uma gota de aventura...talvez baixe todos os seriados do mundo e volte pro meu mundo: Seriados, livros, cabelos assanhados e copos sujos espalhados pela escrivaninha.
Ou talvez me canse disso tudo e vá dormir.

kamilatavares.

domingo, 17 de junho de 2012

The sound of silence.

Lembro que tinha uns poucos onze anos quando vi minha primeira partitura; na verdade partituras não me eram desconhecidas, mas naquele dia eu iria aprender a ler aquelas formas estranhas, e de alguma forma que eu ainda não sabia como, transformar aquilo em música!
A empolgação era das maiores, não conseguia afastar meus dedinhos das teclas, tão brancas...arrumei tudo milimetricamente, numa organização desconhecida por mim. Me sentei com toda a postura que achara certa para a ocasião. Era tudo muito silencioso...aqueles rostos desconhecidos se olhavam com estranheza, e eu como a menor dentre todos, quase passo despercebida não fossem pelos meus olhos de jabuticaba petrificados nas teclas, e na partitura.
Tudo tão difícil...e tão amável...a única coisa que me causava revolta eram as pausas, não queria ler o silêncio nas partituras, o som deveria ser inacabável! A página não podia virar nunca, as teclas não podiam sentir a ausência dos dedos. E naquela sala branca repleta daqueles rostos velhos, minhas pequenas mãos tiveram que aprender a respeitar certas pausas...não aguentei e fui embora!
Desde então convivi sem pausas, sem silêncios, sem calmaria...mas aqueles olhos de onze anos foram mudando, fui obrigada a visitar mais salas brancas, mais rostos velhos, mais leituras difíceis...e chega uma hora em que se aprende.
Aqueles olhos de jabuticaba hoje são mais atentos a outras coisas além de teclas brancas, mas os dedos se acalmaram, e hoje sei respeitar certos silêncios, aproveitar de olhos fechados escutando o vento...ou com um sorriso de compreensão quando rola uma daquelas conversas silenciosas que só os melhores amigos sabem ter.
"Mas você anda mais calada...o que aconteceu?"
"Nada"
Você que se engana...ando mais tagarela do que nunca...mas aprendi que antes de falar pra fora, eu preciso falar pra dentro.

kamilatavares.

sábado, 16 de junho de 2012

Felicidade

Felicidade tem nome, tem forma, tem cor, tem gosto...
Felicidade é um copo de suco de cajá depois que se chega em casa de um dia sob o Sol, tira o jeans apertado, joga o tênis pro lado e se senta pra descansar...
Felicidade é andar na rua e ver aquele bebê sorrir pra você enquanto segura as costas da mãe com aquelas tão perfeitas e frágeis mãos...
Felicidade é sair daquela festa cansada, com os pés doendo e tirar o sapato assim que entrar no carro pra sentir os pés agradecendo a folga do salto alto...
Felicidade é viajar num fim de tarde vendo o sol desaparecer, abaixar a janela do carro e deixar a mão correr pra fora, sentindo o vento, voando feito pipa enquanto você fecha os olhos escutando a música e o barulho dos outros carros na estrada...
Felicidade é acordar ao lado de quem ama, ver o primeiro sorriso do dia, é curtir a preguiça...
Felicidade é achar aquela música que você passou a semana inteira tentando lembrar o nome...é encontrar um antigo amigo que te era tão próximo, tão especial, tão amado...
Felicidade é ver uma nota 10 no boletim depois de tanta noite mal dormida, é deitar depois de um dia cheio, é comer exatamente o que você queria, na hora que queria...
Felicidade é aproveitar esses pequenos momentos que por muitas vezes passam insignificantes nessa vida atribulada que todo mundo anda levando, no meio de tanto aperreio, tanta preocupação, tanto stress...
Felicidade é simplicidade. Simplifique-se!


kamilatavares.