quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O mito do insubstituível.


Quando é que a gente começou a se preocupar tanto em causar uma boa impressão? Quando as opiniões alheias se tornaram mais importante do que a boa convivência e a diversão com os nossos amigos? Quando foi que tudo aquilo que era livre e espontâneo começou a ficar sério e preocupante?
Eu não tinha grandes ambições, na verdade não tinha quase nenhuma a não ser me divertir; aproveitar o que a juventude me permitia e ter uma vida nem que fosse um pouco parecida com a dos filmes que eu tanto via. Mas a inocência me engoliu! A gente se acha esperto mas a vida mostra que não sabia?! Minha mãe me alertava sobre a minha inocência, num mundo onde as pessoas são boas - ou seja, o mundo em que ela pensou que eu viveria - isso seria ótimo; mas no real world, quando o jogo é na vera, quem é inocente acaba de lascando todo! E foi assim como ela disse.
Sabe quando você pensa que finalmente pode ser aquilo que sempre quis ser e que vai ficar tudo bem?! Pois é, não fica! Sabe porque?! Porque a gente vive em um lugar onde as pessoas fingem não se importar; se vestem com seus casacos de couro, all stars e cabelos milimetricamente mal cortados, segurando suas cervejas fingindo serem libertários e abertos a tudo sem preconceitos, mas são na verdade moralistas disfarçados esperando o mínimo erro, um defeito imperceptível pra cairem em cima feito lobos. O mundo engole a gente, uma pessoa de cada vez.
Não soube escolher grande parte dos meus amigos, mas as escolhas certas que fiz me perseguem - no bom sentido - até hoje! E a eles eu agradeço! Se pequei foi pela falta de sagacidade, confesso! Se errei foi pela inocência...e não entendam por inocente quem só faz a coisa certa, porque eu errei pra caralho, por achar que as consequências caberiam só a mim...por achar que ninguém se importaria e apontaria o dedo na minha cara me lembrando as minhas falhas. Errei porque não me meti na vida de ninguém esperando que não se metessem na minha, e fizeram justamente o contrário.
Aos que acabaram de chegar, pegaram todas as portas fechadas, os copos vazios, os microfones desligados, os bares fechando...e eu me pergunto: A troco de que?! A gente reclama tanto de tudo, mas se divertia tanto! Pra que perder tempo gastando suas energias com coisas negativas se a gente pode abrir as garrafas e se divertir!? Pra que implicar tanto com os defeitos dos outros se os outros só querem viver suas vidas?! Arriscar perder as coisas que você mais gosta numa tentativa falha de nascer perfeito?! Continuo não vendo sentido nessas coisas; porque ninguém nasce o melhor do mundo, e se nasce é um a cada sei lá quantos mil no mundo! A maioria aprende caindo mesmo, se lascando todo. Então pra que exigir do outro uma excelência que nem você tem?!
Ainda não recebi tais respostas, e hoje me pego nostálgica olhando pra tudo o que foi estragado pelas opiniões, pelos influenciáveis, pelo tempo, pela minha falta de paciência, falta de auto-estima, excesso de paranoia e mulherzice, pela minha inocência em acreditar em coisas que não existem mais, pelos anos em que me tranquei no mundo dos que não se importam e quando me mudei pra cá simplesmente não soube o que fazer...mas se eu voltasse no tempo...tenho certeza que faria - quase tudo - outra vez!
Mas hoje eu escolhi esquecer...hoje eu resolvi desistir!

Kamilatavares.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ode à saudade.


Eu gosto dessa coisa que a saudade me dá
 De aproveitar as janelas dos carros cheias de pingos de chuva
 De sentir o maxilar travando naquele sorriso amedrontado
De lembrar de cada presente que já me foi dado

A amargura deixa tudo que é de ruim, aquelas lembranças que molham o travesseiro, que tiram suas noites de sono, que roubam sua concentração e enchem o seu fígado de dor. Pois se me deixam escolha, eu prefiro a saudade...ela me dá tudo que é de nostalgia boa, me deixa aproveitar cada momento como se fosse o último, cada abraço como se fosse acabar o mundo, cada olhar como aqueles de despedida...e eu gosto de despedidas.

Todo mundo faz questão de odiar o momento do adeus, eu acho uma hora sagrada! Primordial! Sem o adeus deixamos as coisas todas não ditas, os braços frios e o nó na garganta de quem não teve a oportunidade de ter uma última oportunidade, e eu gosto de últimas oportunidades! Elas tem a sua preciosidade, elas são raras, únicas...nós não vamos ter muitas últimas oportunidades na vida...e a lei é essa, dar valor ao que não se tem! Então hoje eu escolhi sorrir pra minha saudade, abraçar as minhas últimas oportunidades e dar valor ao que eu nunca mais vou ter!


Kamilatavares.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

É melhor ser alegre que ser triste!


Então me perguntaram se eu estava bem; respondi que sim mas especialmente hoje a resposta foi carregada de uma sinceridade acima do normal. Ainda completei que ando numa fase de felicidade, bom humor, otimismo e bem estar que eu desconhecia em mim nos últimos tempos!
Motivos para me sentir assim? Não, não tenho! Minha vida está absolutamente a mesma! E até pior em alguns aspéctos. Mas em suma continuo estudando as mesmas coisas, andando com os mesmos amigos, escutando as mesmas bandas, frequentando os mesmos lugares...mas algo em mim me fez olhar o bom das coisas...não sei quando, não sei porque!
Eu poderia me lamentar pela doença da minha mãe, pela saudade do meu irmão e do meu sobrinho, poderia me sentir mal com a minha solidão, reclamar da falta de dinheiro, de um namorado, de mais coragem pra estudar...mas quer saber? Resolvi ficar feliz pelas breves visitas do meu irmão e do meu sobrinho, me sentir grata pelos dias de bom humor da minha mãe, abraçar minha solidão e levar ela pra ler um livro comigo naquele café, usar o tempo em que me falta coragem pra assistir um filme novo, um seriado, ler um livro...
Um belo dia eu acordei e optei por ver o lado bom das coisas, pensar o bom das pessoas, sorrir sem motivo aparente, agradecer pelo que tenho e esquecer de reclamar pelo que não tenho... e acreditem: Se a amargura que você planta depois volta pra você em dobro...imagina o otimismo, como vai ser quando voltar?

Kamilatavares.


Sobre a breve conversa com Kaydson, e as tardes de leitura no café!