sábado, 14 de abril de 2012

Hoje [2]

Tenho manias que são só minhas, ninguém mais as tem da mesma forma que eu, acho que chamam a isso identidade não é mesmo?!
Gosto de dobrar os guardanapos depois que como, me irrito se alguém os amassa, alinho o garfo e a faca, limpo o copo...se fico nervosa? Escovo os dentes até passar a língua por todos eles e sentir apenas a mais lisa das superfícies.
Carrego sempre algo que me ajude a limpar as mãos na bolsa, ADORO LAVAR AS MÃOS!! Me acalma também...tipo cheiro de álcool em Gel.
Falo muito alto as vezes, e odeio quando dizem "FALE BAIXO" em um tom mais alto ainda. Embaraçoso...não é porque eu quero, é que sou feito criança que se exalta e não percebe que acabou subindo o tom da voz!
Canto no meio da rua, me imaginando em algum clipe de seja qual for a música...isso faz as pessoas olharem estranho pra mim, mas não ligo!
É tipo uma esquizofrenia divertida, essa que carrego em mim...
Reconheço as pessoas pelo sorriso e pelo jeito de falar, não pelo nome ou pela fisionomia...por isso não gosto de gente que fala pouco...me dão medo!
Desde o dia em que eu escrevi o "Hoje1" tenho mudado uma grama de mim constantemente...mas algumas coisas permanecem.
Ainda faço história, ainda uso All Star ressaltando minha falta de feminilidade diária, ainda amo música.
Ainda não encontrei o amor da vida toda, mas alguns vários amores intermediários me fizeram aprender muito, e perder um bocado de tempo com isso...
Tenho novos amigos, novas lembranças, novas decepções e novas histórias pra contar dentro desta casca velha...espero lembrar de todas elas um dia...hoje eu só lembro que sou uma pessoa cheia de manias...inclusive a de escrever aleatoriedades pra manter um certo ar de escritora meia boca.

Kamilatavares.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cais

Você é barco
e eu sou cais
o vento te leva, a saudade aperta
e ondas depois, o mesmo vento de trás

Te amarro a mim
o quanto puder, pra te ancorar
e fico a tentar
querendo ser barco, querendo ser mar

Ou quem sabe a vela
eu poderia ser
te dar direção
contigo viver

Queria ser cais
queria ser barco
queria ser vela
queria ser mar
só queria poder do meu barco cuidar.

Kamilatavares.

domingo, 8 de abril de 2012

Me.

Me sento na cama e abro os olhos...camisa xadrez pendurada na porta do Guarda roupa, um violão velho, um teclado, uma vitrola com alguns vinis que tanto gosto, uma parede pintada por mim, e um pôster dos Ramones, meu quarto não faz o tipo organizado, nem minha vida... sou dessas que acorda tarde, usa o mesmo shampoo de criança no cabelo, veste a primeira roupa que vê pela frente e sai, muitas vezes sem rumo...
Sou dessas que não me preocupo com o que dizem por ai de mim, que tem sempre um fone no ouvido, ou um violão na mão, e na falta dos dois sai cantarolando pela rua sem notar os olhares de reprovação dos que passam...
Sou dessas que fala alto, xinga, assiste futebol, sai na sexta a noite com ou sem amigas pra se divertir, tomar uma cerveja e conversar sobre coisa boa...
Tenho essa coisa de liberdade, de desprendimento...de aproveitar o que se tem de bom das coisas mesmo sem saber que tipo de coisa eu vou encontrar lá fora...
Guardo meus amigos, os poucos que tenho como tesouros, gosto de mimar cada um deles, e se me chamam seja lá pra que for, a hora que for, dou um jeito de aparecer...gosto de gente que conversa muito, daquelas que nunca falta assunto...gente muito calada me dá medo...
Vou aproveitando o que cada situação me proporciona de bom, sofrendo por cada amor que encontro na esquina como se fosse o último, único e maior da minha vida.
Vivo no exagero de ser, não gosto de nada normalzinho demais...até se é pra ver um filme comendo pipoca e tomando guaraná, que seja algo memorável, daqueles encontros de se gerar piadas internas que se passa a semana inteira comentando...
Não sei ser discreta ou misteriosa ou todas aquelas coisas que encantam tanto as pessoas...mas eu sei ser eu...e sei muito bem!

Kamilatavares.

sábado, 7 de abril de 2012

Mantra.

Foi um turbilhão de tantas coisas ruins que a gente não quer fazer e acaba fazendo sem explicação racional nenhuma que eu me senti um pedaço de madeira entre o flutuar e a força das ondas quebrando.
Lembro que disse que você era minha criptonita, mas depois daquilo eu percebi que era o contrário, você me dá forças.
Abri a janela do carro, querendo sumir, tentei sentir no vento que afagava meus cabelos um cheiro que fosse teu; fechei os olhos e repeti baixinho até chegar em casa "Eu te amo, e mais ninguém", pra tornar todos os outros acontecimentos insignificantes perto de tudo que a gente já passou.
Ah eu errei tanto, que esperança é um privilégio que eu não posso ter...
Então eu fecho os olhos e lembro só do que é bom, pra me afastar dos demônios da realidade, e me jogar numa tarde preguiçosa com você.

kamilatavares