quarta-feira, 26 de maio de 2010

Hora de ir!

Eu vou embora
e avisei
Eu vou embora
não voltarei
Vou passar perto
não vou falar
me divertir
e não te convidar
meu violão
não vais tocar
do meu coração
não vais cuidar
pois me cansei
de esperar
hora de ir
sem despedir
sem conversar
E passe bem
eu vou tentar
viver feliz
não vou chorar
se conseguir
venho visitar
depois partir
pois eu já disse
não vou voltar
mas uma visita
não vai matar
pois sou bem forte
me recuperar
vai ser difícil
mas vai passar
e vou partir
e vou cantar
você? lembrança
vai se tornar
e passe bem
seja feliz
encontre alguém
pra amar e assim
poder compensar
o que me fez passar
o que me fez sofrer
o que me fez chorar
hora de ir
vou me atrasar
hora de ir
não vou voltar...





kamilatavares


UFFA, cansativo, mas enfim... só pra constar, esse foi obra de uma tarde só com um vinil de chico buarque e um papel em branco.

Que eu esqueço de você.

Me traz um verso
de amor novo
que eu esqueço de você

Me faz sofrer
doer a alma
que eu esqueço de você

Mal fale ou olhe
me ignore
que eu esqueço de você

Não dê 'bom dia'
sequer sorria
que eu esqueço de você

Mas basta um 'oi'
ou olhar pra você
que eu esqueço de esquecer.



Kamilatavares.

Ultimamente eu não tenho comentado muito aqui sobre os poemas ou textos, é fato. Deixei pra lá, e é até melhor porque assim vocês não ficam presos aos meus comentários e podem criticar mais livremente. Mas sobre esse poema eu só queria dizer que aconteceu uma coisa engraçada. Eu escrevi ele a uns dois dias atrás em mais uma das minhas aulas chatas, reli algumas vezes e gostei, mas só agora na hora de postar eu resolvi mudar, sabe-se lá porque, adicionei uma estrofe e modifiquei outras duas. Espero que tenha dado certo, se der vontade depois eu posto a versão original...mas não sei...enfim, é isso.

domingo, 23 de maio de 2010

Longa História...(Parte II)

E era só mais uma tarde tediosa que pedia o som de um violão. Agora eu já sabia o seu nome, e já tinha trocado alguns minutos de conversa. O sábado estava bonito, não se tinha muito o que fazer então saímos por ai com os violões nas costas, os Beatles na cabeça e vontade de tomar qualquer veneno anti-monotonia.
E foi assim que se compôs o cenário de um dos meus dias mais inesquecíveis. Andamos por ai a procura de qualquer coisa e no fim da tarde, música! E nunca foi tão legal tocar assim com alguém, nunca foi tão mágico...mesmo no escuro que nos impedia de ler as cifras da música, tudo soava perfeito aos nossos ouvidos. E pela primeira vez eu o ouvi cantar, uma musica que até hoje toca em mim todos os dias... “Something in the way she moves...”
E eu olhava pro céu cada vez mais escuro e pedia que a tarde não fosse embora, que ela ficasse ali pra sempre, e que pra sempre eu pudesse ouvir ele cantar...Mas como nada dura pra sempre a noite chegou e junto com ela a hora de ir embora, de guardar o violão e o encanto daquele momento.
E numa última conversa antes do ônibus chegar um beijo pra deixar tudo mais perfeito.
Mas era errado, a gente não podia. Duas semanas de quase namoro, e com o melhor amigo dele, era errado, muito errado! Mas eu não me importei, aquilo tinha sido mais lindo que todas as coisas que eu já havia vivido,talvez tenha sido o meu erro, mas eu continuei. Eu simplesmente não podia aceitar que acabasse ali.
Ainda me lembrava todas as noites do primeiro dia...ele me olhando como se soubesse tudo o que eu sentia, e agora ele de fato sabia, meu coração denunciava tudo, e nesse momento os nossos corações batiam tão juntos quanto a batida dos nossos violões.
Ele me deixou em casa, era hora do jantar, e quando ninguém olhava , um beijo de despedida, era tudo muito secreto, e muito perfeito e errado ao mesmo tempo.
E me rendeu um poema que entreguei a ele, e um poema secreto que não mostrei por vergonha, e uma noite de sono, e outras noites de sonho. E um problema, gostar de alguém a essa altura do campeonato, mas era apenas o primeiro de todos os problemas...




Kamilatavares.

domingo, 9 de maio de 2010

Não sei.

Porque a gente se apaixona tão rápido
E se esquece tão devagar?
Um sorriso, um perfume, um olhar
E você já não quer mais ir embora


De repente, é ilusão
Uma tentativa de ser feliz e não deu certo
De repente, a solidão
E você preso aos detalhes do falso amor


Pra esquecer? Vai demorar
Até o coração desconstruir tudo
Se reerguer? Demora mais ainda
Ah se essa dor passasse com uma aspirina


Mas no fim das contas fica a lição
O aprendizado, a segunda chance
E a gente sempre tenta e acredita
Porque a esperança renasce todo dia!




*Poema da mistura do que eu sinto com o que eu escuto, das histórias dos que estão perto e passam pelas mesmas coisas que eu.

Longa história...

A noite estava fria...meus braços congelando, mas não importava porque eu estava indo pra casa.o cansaço pesava em meus olhos...o dia foi longo.
Yan chegou com os amigos pra se despedir de mim, durante a semana conversamos muito, ele é super legal, e bonito. Algumas amigas já o vêem como meu namorado, mas não sei...ainda estamos nos conhecendo...
Ele veio me avisar que hoje não iria pra casa comigo, voltaria com os amigos pra colocar a conversa em dia, achei realmente atencioso e fofo o fato dele me explicar as coisas, me contar sobre o seu dia e o que iria fazer que o impediria de ir comigo; mas de repente eu não escutava mais Yan...sua voz estava cada vez mais distante...
Por um momento pensei ter sido transportada pra outro mundo, nada mais existia ao meu redor, só o olhar dele, um dos amigos que estava bem atrás de Yan, olhava pra mim fixamente como se soubesse tudo o que se passa na minha cabeça; e aquela figura me olhando, vestindo preto e mistério me intrigou de certa forma...mas principalmente me encantou, e me tirou da realidade que eu vivia ali.
Os dedos de Yan no meu rosto me trouxeram de volta a realidade
-Você já vai? Parece cansada.
-Sim, já vou, tive um dia longo- respondi automaticamente, sem nem pensar no que tinha falado.
Olhei rápido pra Yan, nos abraçamos, ele me deu um beijo e quando olhei em volta ele ainda estava lá, esperando pelo amigo, olhando pra mim...
Seus olhos eram misteriosos, diria até hipnotizantes, e ficaram na minha cabeça pelo resto da noite...aquilo era o começo de tudo...e eu sequer sabia seu nome, só sabia que seja lá o que fosse, não acabaria ali, eu apenas sabia que aquele olhar era apenas o primeiro de muitos.

Sobre amar?

Eu queria me esconder em você e ver todos os problemas do mundo passarem enquanto eu ouvia a música que é seu coração batendo perto do meu.


E que quando você precisasse sair de você pudesse também de esconder em mim, e que assim um cuidasse do outro.

Que eu pudesse ver o mundo de lado a partir de então, os carros, as flores,as legendas dos filmes, a lua...tudo de lado, porque estarei sempre com a cabeça deitada no seu ombro.


E que na hora de brigar fosse pra saber qual vinil escolher pra escutar, ou quem foi o melhor beatle, ou sobre qual musica tocar agora.


No meu sonho a gente vivia assim, uma vida cheia de música e poesia, de abraço apertado e risada, de brigadeiro de panela e guerra de travesseiro.


Acho que tornar realidade não seria a coisa mais difícil do mundo...nos damos bem do nosso jeito, se não fosse possível não estaríamos aqui até hoje...eu nunca fiz isso antes,amar alguém, só em sonho...mas com você eu queria tentar pra ver se toda essa invenção é verdade mesmo.



kamilatavares.

sábado, 8 de maio de 2010

Correria

Tanta coisa me aconteceu ultimamente que as palavras me fugiam do papel, na cabeça aos montes se embaralhavam enquanto o moço passava e o carro buzinava, mas sempre chegavam no lugar errado; quando parava e respirava elas iam embora.


Não sabia mais o que fazer pra prender as palavras, estava triste, queria escrever e não conseguia, mas o que está acontecendo? Um bloqueio mental que a rapidez da vida me trouxe?ou uma fuga de dentro de mim pra não ver no meu espelho papel que na verdade eu não me sentia bem?


Acho que os dois, as obrigações me fazem esquecer do coração que, coitado, fica abandonado num cantinho dentro de mim batendo sem fazer barulho pra não me incomodar, livra do sofrimento mas também da beleza da poesia que me faz ver tudo colorido e metafórico o suficiente pra desabafar de maneira ensolarada, o que é quase impossível sem boas doses de amor.


Correria mata a beleza das coisas...eu corri e não gostei, quero parar e ver tudo bonito outra vez, não escrever faz mal, esse mal que todo mundo sofre...ver tudo rápido demais...deve ser assim que os adultos se sentem, se for, me perdoe senhor tempo, dispenso seus serviços, não quero ser assim.



Kamilatavares

domingo, 2 de maio de 2010

...

Eu só queria ir até você, te abraçar e admitir tudo o que eu tenho vergonha de externar: sim, eu faço questão da sua presença, eu gosto de você, você faz parte de mim, do meu dia, dos meus pensamentos, das minhas atitudes; você está nas minhas músicas, no que eu escuto, no que eu penso, no que eu falo e no que eu faço, e principalmente no que eu não faço...

Como agora, eu não fiz, eu não fui te ver, eu não abracei você, não senti o seu perfume e não disse tudo o que eu queria de dizer. Não pense que faltou vontade, mas eu tive medo...medo de acabar o que mal existe...medo de estragar as coisas que já estão estragadas...medo de ver que não resta mais esperança;

Mas você é um enigma! Eu nunca sei o que vai ser, como vai ser o amanhã, os próximos cinco minutos...você sempre me surpreende, talvez seja por isso que me encante tanto, que me faça não querer parar de olhar pra você.

Queria saber o que se passa na sua cabeça,tão bipolar, tão misteriosa...queria que você admitisse as coisas...as coisas que eu não admito. Queria que a gente deixasse o orgulho de lado, mas viramos torres de concreto que não vão se desmanchar a não ser que alguém nos quebre; queria que você gostasse de mim assim como eu gosto de você...

Você me constrói um castelo pra depois quebrar, tudo bem, eu sempre gostei mais do lado vilão da coisa, mas não estrague tudo e vá embora...destrua meu castelo e tome banho de chuva comigo, e que dane-se o príncipe encantado...ele é tão sem graça mesmo, bom é sair pra ver o mundo, quem precisa de castelo?!

Mas porque você inventa de estragar tudo e ir embora sozinho? Porque você não me deixa segurar na sua mão? Eu seria uma vilã com você.

Um dia eu vou até ai, mesmo achando que não devo...e por puro orgulho vou dizer que não faço questão, mas por favor, só dessa vez, não me deixe ir embora! Me prenda fingindo brincar, e eu pedirei por socorro fingindo querer ir embora, e assim fingindo que se odeia a gente acaba se amando, nesse eterno fingimento, nessa história sem fim que vai continuar assim até um de nós deixar de ser criança e admitir que nunca fez questão um do outro mesmo o tempo todo, mas que quando esse tempo todo demora a gente sempre sente falta e volta.