quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre mais sonhos malucos...


Hoje eu tive mais um daqueles sonhos malucos que eu vivo relatando em textos de primaveras que nunca vivi, encontros em estações de trem e conversas com sombras coloridas em bancos de praça; mas hoje, especialmente hoje, eu acordei querendo compor uma música.
Peguei o violão, a melodia já estava pronta, só precisava procurar, mas as estrofes ficram incompletas, não gostei de nada, me senti meio frustrada, sei lá...acho que não tenho (ou nunca tive) tato pra música...poucas são as vezes em que eu consigo colocar acordes em algo amoroso, sempre musiquei minha agressividade, tentar me encontrar em uma postura diferente não é fácil...mas já consegui algumas vezes, consigo mais uma!
O negócio é que eu li um texto, e bixo, desandei a escrever...no momento, as palavras me fluem mais quando não rimam, e a leitura é feita em silêncio! Pois é, as pessoas mudam, e eu espero gostar dessa nova versão de mim, que em certos aspéctos é até parecida com uma antiga Kamila tocando violão sozinha no seu mundo, sem platéias, sem pressão, sem burburinhos...
O outro negócio, é que eu sonhei que tinha um filho! E adivinha? Eu estava feliz! No sonho eu estava no banheiro escovando os dentes e uma voz masculina do outro lado do box tomava banho rindo e cogitando nomes, eu ia descobrir naquela tarde se seria mãe de uma menina ou de um menino! Na cama? Listas de nomes, sapatinhos, roupinhas minúsculas com os símbolos do Pink Floyd, Beatles, Ramones...bilhetes das minhas amigas, murais de fotos, prateleiras cheias de livros e discos de vinil...eu não morava mais com meus pais.
Não faço ideia de quantos anos eu tinha nesse sonho, mas parecia que 10 anos haviam se passado, e ao mesmo tempo 10 dias, pois me sentia a mesma - com uma barriga bem maior - mas ainda assim, a mesma.
Gi (que 10 anos ou 10 dias depois, continuava minha melhor amiga) me ligava gritando de alegria e curiosidade pra saber qual o sexo do novo sobrinho ou sobrinha, e pela primeira vez eu não disse que queria um menino...mandei ela se acalmar e disse "Não importa, menino, menina, com saúde, sem tanta saúde assim...o importante é que venha!" enquanto ela ria e gritava que se fosse uma menina eu não chamasse de Júlia, porque é o nome da filha dela, ninguém pode usar.
Era uma sexta, eu comentava sobre os meus seis meses sem beber nem fumar, e me sentia muito bem vestindo o mesmo vestido amarelo que me recordo de ter visto em uma foto da minha mãe grávida de mim. A vida é mesmo um ciclo...
Acordei com um misto de medo e riso; quando criança dizia que nunca teria filhos, ou me casar e ter uma família...dizia que ia viver só, ia morrer velhinha, viajada e cheia de livros, com um filho adotado talvez, ou em um apartamento cheio de cachorros, porque nunca gostei de gatos; mas quer saber? Não importa...Que eu morra só, ou me case e tenha filhos, ou adote alguns, ou seja a velhinha da rua que mora com 10 cachorros, 50 gatos, 300 coelhos...que a vida venha, com saúde, sem saúde, com família, sem família...o importante é que a vida passe por mim, e que eu passe por ela sabendo aproveitar e aprender o que tiver de aprender!

Kamilatavares.

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