domingo, 3 de junho de 2012

Por vezes.

Por vezes um ser miserável, não suporta ser um ombro amigo e afasta todos aqueles que não lhe mostram um sorriso. Finge se importar com tapinhas nas costas, olhares vagos e aquele "vai passar" consolador.
Por vezes, quase todas as vezes, um ser egoísta, dos maiores que existem. Peçonhento e hipnótico te levando direto pro ninho te fazendo acreditar naqueles olhos que te deixam tão rapidamente que você ao menos nota a hora em que foram embora; é só o tempo de tirar o que quer de você.
Por vezes reconfortante, te oferecendo um abraço quente, palavras doces, sorrisos, amor...que você não sabe até quando vai durar.
É fogo de palha como dizia minha avó, queima rápido, intenso, vermelho, flamejante. Se apaga mais rápido ainda, e o vento leva toda a poeira de cinzas sem te deixar lembrança.
Por vezes entorpece, é quase um vício. Tem um cheiro que não te deixa, te acompanha nas roupas, nos cabelos, no respirar de uma tarde ao sol se pondo na varanda.
Por vezes cega como o Sol, você só sente o calor, o afago que chega a ser tão grande que dói...aquele raio amarelo que cega até a lua aparecer.
Por vezes é só calmaria, ondas leves, boa música, cochilo, canteiro de flores, conversa ao pé do ouvido, que depois vira grito! E vai embora, e muda de ideia.
Por vezes é turbilhão, rápido de mais pra correr.
Mas o amor tem certas coisas que não se explicam, principalmente isso de chegar sem escolha, sem bater, sem ligar antes pra marcar um café! Ele arromba a sua porta, te acorda num susto e quando viu? já foi!


Kamilatavares.

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