sábado, 21 de dezembro de 2013

If I die Young.

De vez em quando, sem nenhuma razão aparente o mundo parece girar em slow motion e tudo fica assustadoramente lento ao seu redor...seus passos diminuem, a respiração se torna preguiçosa e tudo parece melancolicamente poético. Nessas horas nada de bom se passa pela sua cabeça...você pensa no fim, na morte, em suicídio, nas coisas inacabadas, em tudo que você acha que fez de errado e nos seus arrependimentos. A oficina do diabo começa a funcionar.
Você pensa no que poderia acontecer se você simplesmente sumisse de forma repentina, e se senta em algum lugar calmo perto de uma árvore, esperando ser atingido por um raio, um meteoro, uma abdução alienígena, um ônibus que perdeu o controle, um infarto fulminante ou uma bala perdida enquanto se pergunta se os seus amigos chorariam por você, sentiriam sua falta ou quanto tempo levaria para todo mundo esquecer e seguir em frente.
O que você deixaria pra trás? O que levaria com você? Qual ato memorável seria relembrado? Qual seria o seu legado? Quem seriam seus herdeiros? O que resta como prova de que você honrou o privilégio da vida que teve? Quais os desperdícios e arrependimentos? O que seria motivo de orgulho? Quem descobriria aquele segredo que você guardou tão bem guardado?
E o mundo pausa, seus olhos se fecham e você sente o universo entrar pelos seus poros nos raios de sol, gotas de chuva, no vento, na fumaça dos carros e barulho das sirenes...no choro da criança e no latido do cachorro...e de repente tudo se separa e se torna um só...e de repente tudo é paz e agonia.

Kamilatavares.

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