domingo, 17 de março de 2013

Platônico.

O sorriso de aparelho dele me lembra as tardes de domingo melecadas de sorvete, e ainda assim me parece adulto sorrir daquele jeito despretensioso. Afinal de contas, terno e gravata combinam com jeans rasgado e All Star, e uma pasta de couro com adesivos dos Ramones. Fiquei sentada olhando ele procurar a caneta que estava pendurada na orelha dele...e sorri daquele jeito atrapalhado que parece tanto com o meu. O fim de tarde era bonito, eu tomava meu suco de cajá e ele tentava apanhar os guardanapos que voaram; então percebeu que eu o olhava e ficou envergonhado pela cena, deu de ombros com as bochechas vermelhas, sorriu e foi embora. O barulho no copo anunciou o fim do suco, da tarde, e daquela história de amor que eu escrevi em cinco minutos. Hora de ir.

Kamilatavares

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