quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Ventura.

Sonhei com ele e acordei ouvindo o Ventura. Eu sei, já falei pra todo mundo que não gosto de Los Hermanos e muito menos dos fãs deles. Mas alguma coisa sobre esse álbum me faz sentir o cheiro dele quando o vento toca o meu rosto. Fechei os olhos e senti o calor da praia de Iracema o cheiro das cadeiras do cinema do dragão do mar. Salivei a cerveja do bar que hoje em dia é dele e que anos atrás a gente se sentou pra beber pela primeira vez.
Meu coração carrega o grande fardo de não guardar mágoas e ocupar todo o seu espaço colecionando noites de verão e lembranças de antigos amores.
Ele foi minha musa inspiradora maior. Pra ele eu escrevi poemas, contos, livros, compus as melhores das minhas músicas e dediquei noites em claro pensando em formas de fazê-lo feliz.
Imagino que hoje ele esteja bem, e eu acordei nostálgica, assim como tantas madrugadas que passamos conversando mesmo depois da separação. Cada encontro é uma nova história, cada lembrança uma nova saudade, e cada saudade é uma nova etapa dessa coisa que deveria doer mas não dói.

Meu menino do Ceará hoje acordou nos meus sonhos, e dormiu na minha nostalgia.

E que os amores que vivi tenham sempre um espaço de carinho nas minhas lembranças.

Ele é a bossa do Vinícius que eu nunca cantei.




kamilatavares.

Um comentário:

  1. Ai, kamilaaa. Que necessário perceber as belezas do "fim"!

    Será isso o amor? Essa incapacidade de nutrir raiva ou mágoa?

    Te entendo perfeitamente!

    Parabéns pelo textoo. :*

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