segunda-feira, 13 de junho de 2011

Minhas portas amarelas.




Hoje vi um desenho do meu sobrinho, daqueles que toda criança faz de casinhas com as mesmas formas geométricas de sempre, até ai tudo normal; não fosse pelas cores que ele usou.
A porta ele pintou de amarelo, a janela de azul, e acreditem ou não, todos os desenhos de casinha que eu já fiz na minha vida, tinham portas amarelas e janelas azuis.
Tanto que depois de tantos repetidos desenhos da mesma casa, meu sonho se tornou morar em uma casa de portas amarelas e janelas azuis, não importa onde, não importa com quem, eu sabia que seria feliz nessa casa.
E hoje vendo o desenho do meu sobrinho, com a mesma porta amarela, e a mesma janela azul, observando ele desenhar sentado na cadeira do mesmo jeito que o meu avô sentava, apoiado na perna, eu percebi que ele era a minha casinha de porta amarela.
Eu não aguentava mais o barulho de todo mundo, tem dias que não tou pra família, de verdade, e mais a minha que é grande, mas meu sobrinho hoje me mostrou que eles são minhas portas amarelas e minhas janelas azuis. Que não adianta eu tentar sair de perto, eles sempre vão ser os meus, sempre vão ter um pedaço de mim, e eu um pedaço deles.
Seja um sinal, o jeito de sentar, a voz alta, ou o ato de pegar o lápis amarelo na hora pintar a porta da casinha.


kamilatavares.

2 comentários:

  1. Tão bom quando percebemos a importância das pequenas grandes coisas em nossas vidas, ainda melhor quando essas pequenas grandes coisas estão por perto e nosso 'trabalho' é apenas mantê-las conosco.

    Bjs

    Ly

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